Passadas a euforia e as rivalidades do pleito municipal deste ano, os agentes políticos, guarnecidos do espírito republicano, deixam para trás o clima de competição e passam a se movimentar com abertura de diálogos e apoios para seus municípios. Foi o caso de Márcio Correa (PL), prefeito eleito de Anápolis, que se reuniu, nesta segunda-feira, 2, com o governador Ronaldo Caiado (UB) pela primeira vez desde o resultado da votação para prefeito. O encontro aconteceu em Goiânia, no Palácio, e teve como resultado uma “quebra de gelo” entre os dois políticos e compromissos firmados pelo governador de apoio a projetos de Correa no município anapolino.

Vale lembrar que Márcio Correa e Ronaldo Caiado estiveram de lados opostos em 2024. Enquanto o prefeito eleito disputou a Prefeitura de Anápolis pelo PL, contando com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e do vice-governador, Daniel Vilela (MDB, partido que tinha Correa como membro), o governador de Goiás decidiu apoiar Eerizania Freitas (UB), membro de seu partido e candidata escolhida pelo atual prefeito, Roberto Naves. Porém, como demonstraram o prefeito e o governador, eleição passa. Demandas de gestão e espírito institucional, não.

O encontro de hoje, que também contou com a presença de Vilela, marcou a boa e velha premissa da política: “Não importa de que lado estivemos na eleição, agora é hora de governar”. Correa levou ao conhecimento de Caiado demandas importantes de Anápolis, principalmente nas áreas de saúde, educação e infraestrutura, que serão alvo de ações do prefeito e que, agora, contarão com colaboração direta do governo do Estado.

“Essa foi uma reunião de cortesia, mas também de muito trabalho. Discutimos grandes desafios, especialmente nas áreas de saúde e transporte, que exigem esforços conjuntos para oferecer soluções eficazes à população”, afirmou o prefeito eleito.

Ao Jornal Opção, Márcio Correa revelou ter apresentado um diagnóstico da saúde pública de Anápolis que, segundo ele, enfrenta problemas graves. “Hoje temos cerca de 48 mil pacientes na fila, esperando procedimentos médicos. Precisamos de uma força-tarefa para resolver essa situação. Propus ao governador um mutirão de cirurgias já em janeiro”, explicou, acrescentando que, de imediato, o governador se dispôs a cooperar.

“Houve muito gasto, mas pouca eficiência. Precisamos reorganizar esses contratos para garantir um serviço de qualidade”, disse o prefeito eleito, ao informar que também pediu o apoio do governo para otimizar os contratos de gestão dos complexos terceirizados de saúde.

Transporte público: redução de tarifas e melhoria na frota

Outro tema discutido foi o transporte público, que enfrenta críticas devido à qualidade do serviço e ao alto preço das passagens. Corrêa ressaltou que o valor de R$ 6 cobrado atualmente é mais alto que cidades como São Paulo e Goiânia, apesar de Anápolis ter trechos mais curtos.

“É inaceitável que nossa passagem seja uma das mais caras do país, com ônibus sucateados e contratos que não garantem a renovação da frota”, afirmou. O prefeito eleito solicitou ao governador apoio para subsidiar o transporte público em Anápolis, a exemplo de outros municípios.

“Melhorar a qualidade do serviço e reduzir o preço das tarifas são compromissos que assumi com a população. Mas, para isso, precisamos de uma parceria sólida com o Estado”, declarou. Correa também enfatizou a importância de trabalhar em conjunto com o vice-governador Daniel Vilela, mas sugerindo uma colaboração próxima para resolver desafios locais.

“Todas as ações serão realizadas juntamente com o Daniel. Já discutimos soluções imediatas para problemas como transporte e infraestrutura, além de agendar reuniões com o secretário de Saúde para tratar de questões essenciais”, explicou. “Se for uma boa notícia para a cidade, nós daremos todo o apoio necessário para que os projetos saiam do papel e tragam resultados concretos para Anápolis”, concluiu.

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