Ex-PSB, a deputada federal de 81 anos trabalha pela criação de nova sigla, o Raiz, e teria passagem transitória pelo Partido Socialismo e Liberdade

Primeira prefeita mulher de São Paulo, deputada federal Luiza Erundina (Psol) pode disputar o cargo novamente este ano |Foto: Lucio Bernardo Junior
Primeira prefeita mulher de São Paulo, deputada federal Luiza Erundina (Psol) pode disputar o cargo novamente este ano | Foto: Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados

Ela já foi prefeita de São Paulo, entre os anos de 1989 e 1992, quando fazia parte do PT. Por divergências com o Partido dos Trabalhadores, em 1997, se filiou ao PSB. No dia 9 de março, insatisfeita com a posição do PSB no Congresso, deixou a sigla. Quatro dias depois anunciou que se filiaria ao Psol, pelo qual pode disputar a prefeitura de São Paulo.

Luiza Erundina de Sousa, aos 81 anos, pode voltar a disputar o cargo de prefeita da capital paulista após ter participado das eleições em São Paulo no ano de 2000 em chapa que tinha o hoje vice-presidente Michel Temer (PMDB) como candidato a vice-prefeito de Erundina.

Naquela disputa, Erundina recebeu 546.766 votos (9,9%) e ficou em quinto lugar no primeiro turno, em um ano no qual Marta Suplicy foi eleita pelo PT com 58,51% dos votos no segundo turno contra Paulo Maluf no PPB, que ficou com 41,49% da votação válida contra Marta.

Está previsto para esta terça-feira (5/4) o anúncio de Erundina se aceita o convite do Psol para ser pré-candidata a prefeita pelo partido.

Em 2012, ela chegou a ser cotada para a vaga de candidata a vice do prefeito Fernando Haddad (PT), mas desistiu quando o petista recebeu o apoio do deputado federal Paulo Maluf (PP). Paraibana de Uiraúna, a deputada federal se mudou para São Paulo em 1971 e desde 1999 ocupa vaga na Câmara dos Deputados como representante paulista.

A primeira prefeita mulher de São Paulo, eleita por um partido de esquerda em 1988, na época o PT, tem passagem possivelmente transitória pelo Psol, já que está focada na criação de outra legenda, o Raiz Movimento Cidadanista, que tem como base ideológica “reinventar o país”, com foco em uma sociedade “mais humana, ética, solidária, inclusiva, justa, democrática e sustentável”.

“Propomos pensar o Brasil de baixo para cima, pela radicalização dos processos horizontais e interativos, garantindo o efetivo empoderamento das pessoas numa nova concepção do fazer político. Nossas raízes são profundas e trazem à tona as mais elevadas expressões da ética africana, da filosofia ameríndia e da política ocidental: Ubuntu, Teko Porã e Ecossocialismo”, diz o site do Raiz.

Erundina já foi vereadora em São Paulo (1983-1986), além de ocupar o cargo de prefeita paulistana e está no seu quinto mandato seguido como deputada federal.

No Psol 

Agora como parte dos seis deputados federais do Psol, ao lado de Chico Alencar (RJ), Edmilson Rodrigues (PA), Glauber Braga (RJ), Ivan Valente (SP) e Jean Wyllis (RJ), Erundina não concordou com a ida de seu ex-partido, o PSB, para a oposição do governo federal da presidente Dilma Rousseff (PT).

Sobre sua filiação no Psol, Luiza Erundina comentou no Facebook: “Era preciso descobrir uma nova forma de fazer o sonho do socialismo. Sonho e utopia não podem se cumprir no tempo de uma vida. Sonho é alimentar para além do nosso tempo e existência”.

E continuou: “É isso que a gente doa e busca. Raiz e PSOL nos fazem ter esperança e acumular forças para superar a crise que estamos enfrentando. A convivência com a juventude me rejuvenesce, me faz repensar e reavaliar minhas escolhas, quero seguir junto, sonhando e construindo com vocês”.