Escolhido de Bolsonaro para liderança tem sido questionado em sua atuação por opositores e aliados

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O líder do Governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL), falou ao Jornal Opção  sobre as críticas que tem recebido pelo exercício da liderança do governo na Câmara Federal. O deputado federal disse que considera os comentários negativos de colegas de forma natural, mas defende que ainda está muito cedo para declarações precipitadas sobre sua atuação no posto.

A Legislatura no Congresso teve início na sexta-feira, 1º, em sessão preparatória que empossou os parlamentares e elegeu Rodrigo Maia (DEM) para a presidência.

A escolha de Vitor Hugo desagradou, inclusive, colegas de de partido como o Delegado Waldir. Na ocasião da indicação do Major, Waldir disse que a “decisão não era doce” para dizer se gostava ou não. Mas, ressaltou que “existe uma diferença entre liderança do governo e da bancada”.

O correligionário de Vitor Hugo, que é líder do PSL na Casa, disse ainda que Jair Bolsonaro “tem 28 anos de experiência na Casa e deve ter conhecimento suficiente para realizar essa escolha”.

“Ele é líder do partido e tem direito de fazer essas críticas, estamos formando a base ainda e, mesmo dentro do PSL, ao qual o próprio presidente Jair Bolsonaro é filiado, é preciso ter cautela para articular as aproximações ao Governo”, opinou o Major.

Nesta semana, o escolhido de Bolsonaro foi mais uma vez criticado por conta de um encontro promovido com a liderança com os parlamentares. O objetivo era discutir as primeiras propostas do Executivo, mas a reunião acabou sendo esvaziada.

O Major minimiza os desgastes e diz que tem encontrado apoio entre colegas. “Principalmente daqueles de origem militar, tenho encontrado vários companheiros e todos têm manifestado grande torcida”, disse.

O deputado oriundo de Goiás também destaca que o fato de um filiado ter sido indicado pelo presidente da República para tal posto é merecedor de prestígio dentro da legenda. Perguntado sobre um possível receio de companheiros devido à sua pouca experiência, o Major rebateu ao lembrar que a população brasileira pediu por renovação no Poder.

“Existem relações e aproximações que vão ser criadas ainda, não existe uma base pré-formada, ela vai ser construída a partir do estreitamento desses laços. Isso é um processo e temos que considerar que a Legislatura começou agora”, sublinhou.

Desafios

Sobre as primeiras matérias que terá a missão de articular favoravelmente ao Executivo na Casa, o deputado afirma que está concentrado na Reforma da Previdência. Com possível resistência da oposição, ele destacou: “Isso é natural e faz parte da democracia, com certeza os embates irão só melhorar o texto”.

Ele ainda disse que, apesar de estar focado, aguarda a chegada do texto final para deliberar. “Existe uma sensibilização nacional sobre a importância da reforma e a maioria dos líderes têm se mostrado sensíveis à mudança”, completou.

Ainda segundo Hugo, o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, é a próxima a ser debatida. Como ele, Maia já disse que a prioridade é a previdência. O líder do Governo afirma que, em ambos os casos, esperará o texto estar completamente formatado para iniciar os diálogos.