Prefeitura contratou homem sem habilitação para trabalhar como motorista, em período eleitoral, em troca de apoio político

A Justiça determinou o bloqueio de bens do prefeito de Castelândia, Marcos Antônio Carlos, do ex-vereador Josuelio Cunha da Silva, da secretária municipal de Educação, Maria Antônia da Luz Rosa, e de Erian da Silva Nascimento, no valor de R$ 65.252,67.
A indisponibilidade de bens atende a um pedido do Ministério Público de Goiás. De acordo com o promotor Lucas Otaviano da Silva, da comarca de Maurilândia, a prefeitura teria contratado Erian, em período eleitoral, em troca de apoio político. O prefeito, com a intermediação do ex-vereador e a anuência da secretária, contratou o indicado para supostamente desempenhar a função de motorista. No entanto, Erian não possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A ação pede ainda o ressarcimento do dano causado ao erário, em quantia mínima do valor do contrato, que é de R$ 10.252,67, e a indenização por danos morais coletivos, de 50 salários mínimos, ambos atualizados.
Em depoimento ao MP, Erian confessou a prática dos atos ilícitos, deu detalhes de sua admissão, que foi efetivada, na verdade, pelo então vereador Josuelio, deixando claro que ele e o prefeito sabiam da falta da CNH, mas que insistiram na contratação em troca de apoio político nas eleições de 2020.
O prefeito chegou a ser notificado para prestar esclarecimentos ao MP, mas não compareceu alegando participação em evento externo. Já Josuelio expôs sua versão, negando qualquer tipo de influência na negociação e que apenas teria indicado a Erian que procurasse a secretária para possibilitar sua contratação como motorista. Admitiu, no entanto, que os veículos da Educação estavam parados, em razão da pandemia e que nunca viu Erian dirigindo ônibus, apenas outras máquinas.
Deixe uma resposta