Marcelo Frazão era youtuber e teve a conta banida da plataforma depois de negar a existência da Covid e de ter dito que a doença era assunto político

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o bolsonarista Marcelo Frazão a dois anos e quatro meses de reclusão, cuja pena deve ser cumprida em regime aberto, por ter praticado crime de homofobia ao encaminhar mensagens em redes sociais em que relaciona a vacina Coronavac a câncer e homossexualismo. O imunizante, segundo ele, poderia alternar o código genético e causar síndromes graves.

O Ministério Público ofereceu denúncia contra Marcelo mediante publicação de mensagens em redes sociais com cunho discriminatório e de preconceito à orientação sexual e à identidade de gênero. O réu era youtuber e teve a conta banida da plataforma depois de negar a existência da Covid e afirmar que a doença era assunto político. Ele disse ainda que a vacina é crime contra a humanidade, pois as crianças terão genes modificados, além de afirmar que a substância vai afetar as próximas gerações, podendo causar câncer, lesões cerebrais, síndromes graves e mudanças ligadas a sexualidade.

De acordo com o juiz, a materialidade do delito encontra-se comprovada. Ele lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero àquela relacionada a preconceito de raça, cor, etnia e religião, e que a Constituição Federal proíbe o referido comportamento. Para o juiz, por apontar mudanças relacionadas a orientação sexual e mudança de gênero como um dos efeitos nocivos da vacina, sem qualquer comprovação cientifica, não restou qualquer dúvida de que o réu incidiu na conduta típica imputada.