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Decisão proferida pela juíza Lília Maria de Souza, da 22ª Vara Cível de Goiânia, determinou a transferência imediata de uma paciente internada em hospital da rede credenciada do plano de saúde Hapvida, após relatos de negligência médica e falhas graves na assistência prestada. A magistrada também ordenou a entrega integral do prontuário médico da paciente e fixou multa diária de R$ 2 mil em caso de descumprimento por parte da operadora.

A paciente, que não teve o nome divulgado, estava internada há quase um mês em uma unidade hospitalar vinculada ao Hapvida, enfrentando condições classificadas como degradantes pela família. Segundo os autos do processo, ela foi diagnosticada com câncer em estágio terminal, mas exames laboratoriais e de imagem — incluindo análises imuno-histoquímicas — apontaram a inexistência de malignidade. O laudo mais preciso indicava quadro de hiperplasia linfoide reativa, uma condição benigna que não configura câncer.

Mesmo diante das evidências técnicas, a equipe médica manteve o diagnóstico inicial de câncer avançado e não reavaliou o plano terapêutico. Essa conduta, segundo a ação, comprometeu a abordagem clínica e pode ter contribuído para o agravamento do estado de saúde da paciente.

Além do impasse diagnóstico, foram relatadas múltiplas falhas na assistência hospitalar. Entre os problemas descritos no processo estão: ausência de monitoramento regular dos sinais vitais, atrasos na administração de medicamentos, deficiência de insumos básicos, precariedade na higiene do ambiente e falta de informações claras à família. Diante da omissão institucional, os familiares contrataram serviços de enfermagem privada e compraram materiais necessários para garantir os cuidados mínimos.

Na decisão, a juíza destacou que “a operadora de plano de saúde, ao oferecer uma rede credenciada, assume a responsabilidade pela qualidade e adequação dos serviços prestados, não podendo se eximir de suas obrigações quando um de seus hospitais falha em prover o tratamento necessário”. A magistrada também ressaltou o risco iminente de agravamento do quadro clínico da paciente caso ela permanecesse sob os cuidados da mesma equipe médica.

O Jornal Opção tentou contato com a assessoria de imprensa do HapVida e aguarda respota. O espaço segue aberto para manifestações.

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