Militar garante que efetuou disparos porque suspeitava que carro pudesse ser de assaltantes

Família de João Lenon de Freitas Oliveira | Foto: reprodução

É grave o estado de saúde de João Lenon de Freitas Oliveira, de 26 anos, atingido com um tiro na nuca por um policial militar, na noite de sábado (11/11), por volta das 22h30, na Avenida 85, nas proximidades com a Avenida 136, no Setor Marista. Da alta cúpula da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), o tenente-coronel Sérgio Ricardo Caetano, titular do Comando de Saúde da PM, afirma que atirou porque suspeitava que os dois jovens no carro se tratavam de assaltantes.

No relato dos PMs que atenderam à ocorrência, o autor dos disparos fugiu pela 136. Na delegacia, a versão do tenente-coronel é a de que ele atirou para assustar o condutor de um Uno vermelho e o carona que teria batido no carro dele com a mão.

O disparo atravessou o retrovisor do veículo do PM e acertou a cabeça de João Lenon de Freiras. Ele respira com a ajuda de aparelhos em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Segundo a nota da assessoria de imprensa do hospital, o paciente está sedado e “ não foi submetido a nenhum procedimento cirúrgico e sem previsão de alta médica”. A bala está alojada na nuca.

Em 2013, o tenente-coronel Caetano foi apontado, pela Delegacia de Homicídios, como um dos suspeitos da morte do Cabo Marcello Alessandro Capinam, de 42 anos. O cabo foi executado em plena luz do dia no Setor Cidade Jardim, próximo ao Detran, no dia 14 de março de 2013.

De acordo com o relatório do juiz Jesseir Coelho de Alcântara e pelo delegado Murilo Polatti, titular da DIH, “existem fortes indícios de que militares soubessem, com antecedência, de que o cabo Capinam seria executado ou que tivessem até mesmo participação”. O atirador, segundo a investigação, desceu da garupa da moto, escorou na janela do veículo Amarok e disparou ao menos 12 tiros.

Em nota ao Jornal Opção, a assessoria de comunicação da PM não confirmou se foi instaurado inquérito militar para apurar os fatos. Segundo a nota, “o militar se apresentou, espontaneamente” para a Polícia Civil e “prestou depoimento”. A resposta segue afirmando que o tenente-coronel Caetano “estava em seu horário de folga, no seu veículo particular, arma própria e por isto o caso será investigado pela Polícia Civil”

Leia a nota completa da PM-GO:

A Assessoria de Comunicação da Polícia Militar do Estado de Goiás  ressalta que o militar se apresentou, espontâneamente, a autoridade policial competente e prestou depoimento. O policial estava em seu horário de folga, no seu veículo particular, arma própria e por isto o caso será investigado pela Polícia Civil. Mais informações deverão ser prestadas pela autoridade policial competente.