Presidente da Câmara é suspeito de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Cabe aos ministros do Supremo Tribunal Federal decidirem se acatam a denúncia

| Fotos: Janot (Fellipe Sampaio/ STF) e Cunha (Nilton Bastian/ Câmara)
Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que Cunha devolva US$ 40 milhões | Fotos: Janot (Fellipe Sampaio/ STF) e Cunha (Nilton Bastian/ Câmara)

Um dia após o anúncio de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seria denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no caso de corrupção na Petrobras, o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou a acusação. Se a Justiça acatar o pedido, Cunha será investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A denúncia de Janot pede ainda que ele devolva US$ 40 milhões e repare os danos causados à Administração Pública e à Petrobras também no valor de US$ 40 milhões. A ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ) e o senador Fernando Collor (PTB-AL) também estão na denúncia – Solange por corrupção passiva e Collor por motivo ainda sigiloso.

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Na denúncia constam os indícios encontrados pela Procuradoria de que Cunha, ao contrário do que vem alegando desde o início da Operação Lava-Jato, teve envolvimento no esquema na estatal. Agora cabe aos ministros do STF decidir se vão aceitar a acusação. Eles não têm prazo para a resolução.

Cunha teria recebido US$ 5 milhões em propina de Julio Camargo para facilitar que a Samsung firmasse contratos com a Petrobras. Ele já havia sido citado pelo doleiro Alberto Yousseff em 2014. Na ocasião, Yousseff disse que Julio havia pagado propina ao presidente da Câmara. A denúncia da Procuradoria vem após o nome de Cunha ter sido citado em delação premiada do próprio Julio Camargo.