Investigações sobre falhas nas aplicações de vacinas em Goiânia podem ser arquivadas
15 abril 2021 às 18h07
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De acordo com promotora de Justiça, erros ocorreram em decorrência das circunstâncias de operacionalização da campanha de imunização
A titular da 87ª Promotoria de Justiça de Goiânia, Marlene Nunes Freitas Bueno, propôs nesta quinta-feira, 15. o arquivamento de dois procedimentos instaurados para investigar supostas simulações de imunização de pessoas contra a Covid-19, nos postos de vacinação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Nos dois casos, ocorridos nos dias 10 e 18 de fevereiro deste ano, as profissionais de saúde chegaram a inserir a seringa, mas não injetaram a vacina. Apesar da falha, os idosos foram imunizados posteriormente.
De acordo com a promotora, não existem fundamentos para a propositura de uma ação civil pública, por não ter sido detectada ameaça de lesão a direito difuso tutelado pelo Ministério Público, notadamente à saúde e à moralidade administrativa. Ela explicou também que não há elementos que comprovem a existência de ilícito por improbidade.
A promotora de Justiça afirmou que a documentação apresentada pela SMS referente às datas dos dois fatos apontou que não houve extravio de doses distribuídas ao posto de vacinação onde as duas investigadas estavam. Além disso, foi reconhecida a possibilidade de falha técnica no momento em que elas deixaram de injetar a vacina, principalmente em razão das circunstâncias de operacionalização da campanha de vacinação, uma vez que os profissionais estavam atuando sob pressão exercida pela sociedade e pelo poder público, para que todas as doses fossem aplicadas em menor tempo possível.
Durante a investigação, verificou-se que as enfermeiras têm décadas de atuação profissional. Além disso, a análise das movimentações financeiras de ambas não apresentou anormalidades.