Idosa indígena descobre ‘bebê de pedra’ no útero e morre após cirurgia de retirada
![Avatar photo](https://www.jornalopcao.com.br/wp-content/uploads/2024/01/IMG_20231116_161939-30x30.jpg)
19 março 2024 às 18h26
![](https://www.jornalopcao.com.br/assets/2024/03/WhatsApp-Image-2024-03-19-at-5.41.42-PM.jpeg)
COMPARTILHAR
Uma idosa foi encaminhada para o Hospital Regional de Ponta Porã, na região sul de Mato Grosso do Sul, com dores abdominais. Aos 81 anos, a paciente deu entrada no hospital no dia 14 de março, quando realizou uma tomografia, que constatou o feto calcificado.
A paciente era indígena e moradora de um assentamento no município de Areal Moreira, que fica a 84 quilômetros da cidade. Ela tratava um quadro de infecção de urina, e devido a piora, precisou ser transferida para o hospital da cidade vizinha, onde chegaram a suspeitar de um câncer.
Depois da descoberta, a equipe de obstetrícia foi acionada e realizou a cirurgia de remoção. Em seguida, a paciente foi encaminhada para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), entretando, não resistiu e morreu no dia seguinte.
Os médicos que acompanharam o caso suspeitam que a mulher estivesse com o “bebê de pedra” há 56 anos, desde sua última gestação. Especialistas consideram essa uma situação raríssima.
De acordo com o secretário de Saúde de Ponta Porã, Patrick Derzi, a suspeita principal da equipe médica é de que ocorreu um quadro grave de infecção generalizada a partir de uma infecção urinária.
Litopedia: entenda a condição
A condição rara se refere à uma consequência de uma gravidez ectópica. Essa gravidez inusitada ocorre quando o óvulo fertilizado é implantado fora do útero.
Entretanto, casos de gestação ectópica, ainda que sejam mais complexos, podem gerar crianças saudáveis. Enquanto a litopedia se refere ao processo que evolui para morte e calcificação do feto.
Isso ocorre porque o sistema imunológico da mãe reconhece o feto como um corpo estranho e o cobre com uma substância calcificada, para isolar o “corpo invasor” e proteger o próprio sistema de infecções.
De acordo com os médicos, esses casos podem ser assintomáticos, passando despercebidos até mesmo pelas pacientes. Caso existam sintomas, eles podem incluir: dor abdominal, constipação crônica, obstrução intestinal, formação de fístula e abscesso pélvico.
Leia também:
Goiás alcança 36 óbitos por dengue, novas medidas são aplicadas pela Secretaria de Saúde
Aumento dos casos de sífilis no Brasil é alarmante, diz infectologista