Emedebista e filiado ao PSL debateram ao discutir projeto que pede extinção do auxílio moradia e auxílio mudança para deputados estaduais

Humberto Aidar e Teófilo discutem em sessão plenária | Foto: Divulgação

Em sessão nesta quinta-feira, 21, o deputado estadual Humberto Aidar (MDB) alfinetou Humberto Teófilo (PSL) e pediu que ele respeitasse a Assembleia Legislativa de Goiás. O emedebista ainda criticou a postura militar que o colega assume, mesmo após se tornar parlamentar do Estado. Ele foi vaiado por policiais presentes na galeria.

“O senhor grava uns vídeos e termina dizendo flagrante nele. Flagrante em quem? Quem são os bandidos aqui? Gostaria que o senhor desse nomes. Atrás de uma câmera, vira o rei da cocada preta”, disse Aidar, que completou: “O senhor não vai fazer graça aqui em cima de nenhum dos pares, aqui o senhor não é delegado, não!”.

O presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) fez as declarações em discussão da proposta de Teófilo para extinguir o auxílio moradia dos parlamentares. Isso foi feito por meio da apresentação de dois Projetos de Lei que acaba, também, com o auxílio mudança. O filiado do PSL argumenta que a aprovação desses PLs vai gerar uma economia de quase R$ 8 milhões a cada quatro anos, quando ocorrem as mudanças de legislaturas.

“Não existe essa necessidade, pois o dinheiro deve ser economizado para investir em outras áreas, como saúde e educação. Nesse sentido entendo que os penduricalhos são imorais ”, destacou Teófilo. No plenário, Aidar disse que o benefício era legal e recebeu vaias de policiais na galeira, que gritaram: “Mas é imoral!”.

Ele, porém, continuou: “O senhor como delegado recebeu auxílio moradia, auxílio alimentação. Vossa Excelência quer pousar aqui de arauto da moralidade. O senhor vai devolver o que recebeu? Quanto o senhor recebeu? Ou não recebeu?”.

O emedebista também pediu respeito mútuo e alegou que Teófilo estaria querendo aparecer em cima da Casa. “Dizem que bolo fecal quanto mais manuseado mais exala o odor. O senhor tem em mim uma pessoa com coragem de debater com o senhor”, assinalou.

Teófilo rebateu e se disse surpreso com a reação desconfortável do presidente da CCJ. “Causa mais estranheza ainda o senhor se sentir incomodado com o fato de eu apresentar um projeto para acabar com esses auxílios vergonhosos, enquanto aqui estamos votando projeto que concede auxílio alimentação de R$ 500 para professor”, disse.

Ele também reiterou que irá defender causas da “moralidade e transparência”, e que não tem medo de expor suas ideias. “Auxílio moradia deveria ser concedido a esses policiais que estão morando em delegacias caindo aos pedaços. O senhor não sabe o que é isso, não sabe o que é combater o crime, estourar boca de fumo”, respondeu.

“O senhor sabe é dos seus cargos de R$ 70 mil em secretarias. Pergunte para a sociedade que nos elegeu se isso não é imoral. Não venha tentar me intimidar com essas frases bonitas, não!”, finalizou.