Havan é condenada a pagar indenização após coagir funcionária a votar em Bolsonaro em 2018
20 maio 2022 às 13h57
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Justiça classificou conduta do empresário como ilegal e inadmissível, já que afronta a liberdade de voto e assedia moralmente funcionários com ameaças de demissão
A Havan, rede varejista de Luciano Hang, foi condenada a pagar uma indenização de R$ 30 mil por assédio moral a ex-funcionária. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região (TRT-2) entendeu que o empresário coagiu os empregados da loja a votarem no atual presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018. Com isso, a juíza Ivani Contini Bramante classificou a conduta do empresário como “ilegal e inadmissível, à medida que afronta a liberdade de voto e assedia moralmente seus funcionários com ameaças de demissão”.
Segundo a decisão, transmitida ao vivo nas redes sociais, Luciano Hang dirigiu-se diretamente aos funcionários, com o objetivo de induzi-los a votar em Bolsonaro. Além disso, o empresário ainda teria dito que, caso contrário, as lojas Havan seriam fechadas e todos perderiam seus empregos. Ainda de acordo com a decisão, a auxiliar de vendas, Lilian de Casso Lomgobardi, que processou a rede de lojas, foi perseguida por um superior. Ela ainda relatou provocações verbais e até arranhões. A ex-funcionária disse que foi demitida após registrar boletim de ocorrência contra o agressor.
Já segundo a defesa da Havan, as lives de Hang eram feitas de maneira aleatória e não havia obrigatoriedade em assisti-las ou em votar em Bolsonaro. A defesa ainda rebateu dizendo que, em relação a funcionária, as perseguições não foram comprovadas pela reclamante, além de não haver provas de dano moral indenizável. Os argumentos não foram acatados pelo TRT-2, que entendeu que os relatos de Lilian Lomgobardi atingiram a honra da reclamante e causaram dano moral, que deve ser objeto de reparação.