Um grupo de médicos e odontólogos que prestam serviços para o Ipasgo Saúde anunciaram uma paralisação de 48 horas que deve ter início na próxima terça-feira, 18. Os profissionais do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) aprovaram a paralisação em assembleia realizada no dia 10 de fevereiro, e convocou novo encontro para esta segunda-feira, 17.

No comunicado publicado pelo sindicato, a paralisação foi posta como uma forma de “advertência” aos gestores responsáveis que “não atenderam à pauta de reivindicações apresentadas pela categoria”. O grupo garante que, durante os dois dias de paralisação, os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos, seguindo determinação legal.

Justificando a mobilização, os sindicalistas afirmam que o pagamento dos honorários dos profissionais credenciados “não estão sendo processados corretamente” desde agosto de 2023. Os representantes da categoria foram categóricos ao afirmar: “consultas e exames eletivos podem ser interrompidos até que haja um posicionamento concreto sobre os pagamentos”.

No dia 11 de fevereiro, o sindicato participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para debater alternativas para a “grave crise nos pagamentos dos médicos prestadores do Ipasgo”. Na ocasião, a ausência do presidente do Ipasgo foi sentida.

Em nota, o Ipasgo afirma que foi surpreendido com a paralisação “sem qualquer comunicação prévia à instituição”. A instituição lembrou que o grupo de profissionais em questão não possui vínculo empregatício com o Ipasgo e que possuem “autonomia para solicitar descredenciamento a qualquer tempo, desde que respeitadas as condições pactuadas”.

“O Ipasgo Saúde nunca foi procurado ou recebeu um documento oficial do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) para tratar de pauta reivindicatória e desconhece qualquer falta de pagamento à rede credenciada, uma informação que tomou conhecimento por meio da imprensa”, afirmaram, apesar da audiência pública realizada na Alego no dia 11 de fevereiro.

O comunicado do plano de saúde afirma que, desde setembro do ano passado, quase R$ 1 bilhão foram repassados aos prestadores credenciados. “Só nos dias 31 de janeiro e 14 de fevereiro de 2025, os profissionais que atendem beneficiários do plano de saúde receberam R$ 18,2 milhões”, exemplificam.

Na nota do Ipasgo, o movimento de paralisação foi taxado de unilateral e injustificado, o que configura “descumprimento contratual”. Por fim, o plano de saúde garante que a paralisação “não impacta toda a rede credenciada do Ipasgo Saúde” e que os atendimentos continuam acontecendo de forma regular.