Possibilidade foi anunciada pelo presidente da Agetop, Jayme Rincón, e confirmada pelo governador. Trechos duplicados serão os primeiros a passarem por intervenção

Governo cogita instalar pedágio a partir do ano que vem | Foto: Foto Fernando Leite
Governo cogita instalar pedágio a partir do ano que vem | Foto: Foto Fernando Leite

As rodovias goianas poderão contar com parques de pedágio a partir de 2016. A preferência será dada aos trechos duplicados, conforme informou o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Jayme Rincón, em coletiva à imprensa nesta quarta-feira (15/4), antes da abertura do 4º Workshop Rodoviário, evento que debate a engenharia do setor.

A previsão é a de que sejam leiloados entre 2500 e 2800 quilômetros de malha viária. O governo pretende lançar um edital de licitação ainda neste ano. De acordo com Jayme Rincón, ao final do ano passado foram retomados os estudos para a execução dos serviços, que serão mais abrangentes.

“O que estava definido anteriormente era que as rodovias duplicadas seriam as primeiras. Agora, com a nova determinação do governador, de aprofundar as análises, existe uma quantidade enorme [de trechos]”, avaliou, sem revelar detalhes. No momento, o governo faz a contagem de tráfico para saber qual a real necessidade para a criação de pedágio.

Em discurso, o governador Marconi Perillo (PSDB) confirmou a intenção do Estado em privatizar as rodovias estaduais. “Com as rodovias federais concessionadas as pessoas vão retirar os carros e caminhões pesados de lá para fugir do pedágio e vão acabar com as nossas. Em alguns casos, vamos fazer a mesma coisa [pedagiar]. Queremos rodovias de qualidade”, disse o tucano.

O presidente da agência também admitiu que as dificuldades financeiras do estado comprometem a conservação das rodovias.

Obras paradas

Jayme Rincón respondeu aos jornalistas questionamentos sobre a situação das obras paradas no Estado, como a do Centro de Convenções de Anápolis, com 32,8 mil m² de área construída. “Realmente temos algumas obras paralisadas. Trabalhávamos com a perspectiva de um financiamento que já havia sido acenado pelo governo federal no final do mandato da presidente Dilma Rousseff [PT] para que déssemos continuidade”, justificou.

O dinheiro não foi repassado aos cofres goianos devido às alterações na equipe econômica da petista, pontuou. O presidente falou ainda que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não está autorizando novos financiamentos para estados e municípios. “Em função disso tivemos que paralisar algumas obras. E algumas ficarão paradas por todo o ano de 2015”, ressaltou, completando que o Estado depende de adequações orçamentárias para retomar os trabalhos em Anápolis, o que deve acontecer entre 30 e 60 dias.

As exceções são o Hospital de Urgências da Região Noroeste Dr. Otávio Lage de Siqueira (Hugo 2) e o Estádio Olímpico do Centro de Excelência ao Esporte, ambos na capital. A promessa é que as entregas sejam feitas no segundo semestre deste ano.