Dados da OMS indicam que o Estado corresponde a 6,5% dos casos detectados de hanseníase no Brasil

Dados da OMS são preocupantes / Foto: Divulgação

O Brasil é o segundo país no mundo com mais casos de hanseníase, perdendo apenas para a Índia. Conforme a Organização Mundial da Saúde, entre 1999 e 2018, foram diagnosticados 768.215 casos desta doença, que pode ser detectada com facilidade. Nacionalmente, Goiás ocupa a sexta posição em número de casos, com um acumulado que chega a 50.233 notificações, ficando atrás do Maranhão, Pará, Mato Grosso, Pernambuco e Bahia.

Mesmo com as constantes campanhas educativas, com foco no diagnóstico precoce, a detecção de novos casos tem indicado uma média de 38 mil registros por ano, no período. Na Região Centro-Oeste, o Estado só perde para o Mato Grosso em registros de ocorrência de hanseníase, conforme revelam dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Já no que se refere à taxa de detecção da doença na população geral, os indicadores também oscilam. Em 2000, ela era de 25,44 casos por 100 mil habitantes, chegando a 12,23, em 2016. Porém, como na contagem de números absolutos, esse índice também voltou a apresentar alta nos anos seguintes: 12,94 notificações, em 2017, e 13,70, em 2018.

Em Goiás, os números seguiram essa tendência nacional. Em 1999, foram registrados 3.196 novos casos. Em 2016, esse dado baixou para 1.452. Após um leve declínio, com 1.369 notificações, em 2017, voltou a subir no ano seguinte. Em 2018 foram registrados 1.472 novos casos de hanseníase em Goiás.

Diagnóstico precoce é de suma importância

A SBD somou forças para apontar a importância de se enfrentar essa doença tropical de evolução crônica, que se manifesta principalmente por meio de lesões na pele e sintomas neurológicos, como dormência e diminuição de força nas mãos e nos pés.

O diagnóstico, tratamento e cura da hanseníase dependem de exames clínicos e, principalmente, da capacitação do médico. Ao longo dessas duas décadas, a avaliação dos números da hanseníase comprova que seu enfrentamento exige o desenvolvimento de diferentes estratégias devido à complexidade de seus determinantes. Múltiplos fatores estão envolvidos nessa questão, entre eles a dificuldade de acesso da população aos serviços de saúde, principalmente no Norte, Centro-Oeste e Nordeste, levando ao diagnóstico tardio.