Uma pesquisa recente do Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) revela que Goiânia, a capital goiana, apresentou um alarmante aumento nas emissões de gás carbônico em 2022, com uma média de 1,61 tonelada por habitante. Os dados, coletados pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), indicam que a cidade está distante da meta da Agenda 2030 da ONU, que estabelece um limite de 0,83 tonelada por habitante. 

Esse cenário se insere em um contexto mais amplo, que inclui outras capitais brasileiras, como São Paulo e Belo Horizonte, que também enfrentam desafios significativos na redução de suas emissões.

A pesquisa do ICS destaca que Goiânia se posiciona como uma das cidades com emissões elevadas, superando outras capitais como Recife (1,56 tonelada) e Fortaleza (1,64 tonelada), embora esteja abaixo de centros como Manaus (3,06 toneladas) e Rio de Janeiro (2,03 toneladas). Esse aumento nas emissões em Goiânia levanta preocupações sobre a capacidade da cidade em contribuir para os esforços globais de mitigação das mudanças climáticas.

O biólogo Conrado Galdino, professor da PUC Minas, enfatiza a urgência de medidas que visem à redução das emissões. “A simples piora da qualidade do ar deveria motivar os candidatos a prefeito a discutir propostas efetivas”, alerta. O cenário se torna ainda mais preocupante com as intensas queimadas que afetam várias regiões do país, exacerbando a situação ambiental.

O levantamento do ICS, realizado com dados de 2022, evidencia que, entre as dez capitais mais populosas do Brasil, cinco precisam cortar mais da metade de suas emissões para cumprir a meta da Agenda 2030. Belo Horizonte, com 1,82 tonelada por habitante, e Porto Alegre, com 1,73 toneladas, também demonstram um aumento preocupante. São Paulo, embora apresentando uma emissão mais baixa (1,22 toneladas), ainda está aquém do ideal.

A meta da Agenda 2030, estabelecida em 2015 na Cúpula das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, demanda ações contundentes para que cidades como Goiânia possam se alinhar a padrões globais de sustentabilidade. Em meio ao processo eleitoral, a pressão sobre candidatos para que incluam propostas concretas para enfrentar a crise climática se intensifica. 

Como afirma Galdino, “sem uma população sensibilizada, o tomador de decisão hesita em adotar medidas necessárias”. A educação ambiental e a conscientização da população são, portanto, essenciais para provocar mudanças efetivas na gestão ambiental das cidades brasileiras.

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