A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG), entidade que gere as maternidades municipais em Goiânia, confirmou, em comunicado publicado nas redes sociais, que as unidades sob sua responsabilidade terão os atendimentos restritos a partir de segunda-feira, 18. Com isso, os atendimentos eletivos estarão suspensos, ficando mantidos somente atendimentos de urgência e emergência.

A restrição afeta o Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), a Maternidade Nascer Cidadão (MNC) e o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), e, segundo a Fundahc, é motivada pelo não repasse da Prefeitura de Goiânia dos valores devidos à entidade.

Na última quarta-feira, 13, a fundação declarou em coletiva de imprensa que, no dia em questão, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) fez o repasse de R$ 5 milhões, mas o montante foi suficiente apenas para pagar salário e outras despesas trabalhistas em atraso dos funcionários CLTs.

A Fundahc cobra da prefeitura notas em aberto de 2021 e 2022, além do repasse do convênio de julho e agosto deste ano, que somam R$ 40.590.443,80. A instituição ainda afirmou que faltam R$ 2.722,458,45 referente a maio, que deveria ser pago em junho de 2023. “A Fundahc/UFG ainda aguarda, até o momento, a validação dos valores das contas a pagar em aberto, bem como o ajuste dos termos aditivos vigentes, conforme acordado em reunião no dia 27/07, quando proposta a criação de uma comissão para deliberar sobre o tema”, afirma a Fundahc.

De acordo com a instituição, o custo mensal para funcionamento do HDMI, de acordo com planos de trabalho vigente, é de R$ 6.985.123,43, enquanto do HMMCC e da MNC são R$ 10.372.357,11 e R$ 2.937.741,38, respectivamente. A soma de todas as despesas é de R$ 20.295.221,92.

“Não é possível tratar, na situação em que se encontra, de um repasse de apenas um oitavo daquilo que é devido nos últimos dois meses, que são esses R$ 5 milhões. Então, é preciso que haja uma atitude de fato que busque ajudar a resolver o problema”, destacou o vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas.

Veja o comunicado divulgado pela Fundahc, no qual confirma a restrição de serviços:

“Lamentamos informar que até sexta-feira, 15/9, não houve novo repasse pela Prefeitura de Goiânia, tampouco resposta aos ofícios encaminhados ou contato por parte da Secretaria Municipal de Saúde para resolver a questão financeira das maternidades públicas municipais.

Na tentativa de garantir assistência a urgências e emergências, os procedimentos eletivos estarão suspensos a partir de segunda-feira, 18. Agradecemos os profissionais que não medem esforços para manter este atendimento, os fornecedores pela parceria, e reforçamos que continuaremos buscando soluções definitivas.

A Fundahc é uma fundação sem fins lucrativos que depende dos repasses para realizar a gestão das unidades de saúde e temos como propósito oferecer assistência em saúde humanizada, respeitosa e de qualidade.

Esperamos retornar à normalidade os mais breve possível.

Atenciosamente, Direção-executiva da Fundahc/UFG”

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