“Filhismo” na política goiana é mais comum do que se imagina
08 maio 2022 às 17h11

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Mulheres pioneiras no meio político abriram alas para que seus filhos fossem eleitos
O termo “filhismo” pode ser desconhecido para alguns, mas a tradição de famílias com sobrenomes conhecidos na política não é novidade. Em Goiás, mulheres que ocuparam cadeiras na Câmara Municipal de Goiânia, na Assembleia Legislativa de Goiás e também na Câmara dos Deputados deixaram herdeiros políticos para que pudessem perpetuar o legado dAs famílias na gestão pública.
Pela política ser um ambiente majoritariamente masculino, é evidente que a perpetuação de homens com o sobrenome em comum, sendo uma herança de pai para filho, perpetuarem no poder é mais corriqueira. Entretanto, outros grandes nomes como Lemos, Garcêz, Cruvinel, Tejota e Gayer, são bastante conhecidos pela população.
Para a professora de Ciência Política e Políticas Públicas da Universidade de Brasília, Marcela Machado, a tentativa de dar continuidade às famílias no poder não é algo novo no Brasil. “Entendo o filhismo como a tentativa de perpetuação de ‘dinastias’ no poder. Você aproveita a força do sobrenome da família ou do capital político que uma dada liderança política tem para emplacar os ‘próximos da linha sucessória’ em cargos eletivos”, diz. Entretanto, a estudiosa alerta que é preciso ter cuidado nessa aposta de transferência de votos, pois “não é algo tão garantido assim nos dias atuais”.
Herança política
Isaura Lemos é ex-deputada estadual e esposa de Euler Ivo, ex-vereador de Goiânia. Uma de suas filhas, Tatiana Lemos, seguiu o caminho da política e se elegeu vereadora por Goiânia três vezes. Atualmente, ela é a titular da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres.
Cida Garcêz, irmã do ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Wladimir Garcêz, é também mãe da vereadora e pré-candidata a deputada federal pelo Republicanos, Sabrina Garcêz. Sabrina está no segundo mandato como vereadora.
Rose Cruvinel foi eleita vereadora da Câmara Municipal de Goiânia, entre 1988 e 1992. Na Alego, foi deputada estadual na 14ª Legislatura, 1999 a 2002, e compôs a Mesa Diretora como 3ª Secretária. O filho dela, Virmondes Cruvinel Filho, assumiu em 2007 o primeiro mandato como vereador em Goiânia. Em 2012, foi reeleito como o mais bem votado. Em 2014, saltou para a Alego. Em 2020 tentou se eleger como prefeito da capital, mas não conseguiu.
Betinha Tejota é ex-deputada estadual por Goiás é mãe do atual vice-governador de Goiás e ex-deputado estadual (eleito por duas vezes), Lincoln Tejota. Para 2022, Lincoln planeja retornar à Alego.
Maria da Conceição Gayer, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), foi a primeira mulher a assumir a presidência da Câmara de Goiânia, mesmo que por pouco tempo (1º a 9 de fevereiro de 1983). O filho dela, Gustavo Gayer, apesar de não ter conseguido se eleger para a Prefeitura de Goiânia em 2020, é pré-candidato a deputado federal para o pleito de 2022.