“Fico indignado”, diz sindicalista após derrubada de emendas do projeto de extinção da 3ª Classe
26 fevereiro 2019 às 18h50

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Propostas pediam a inclusão de policiais civis e agentes prisionais no cômputo do tempo já trabalhado no interstício para promoção

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Presente em apreciação da Comissão de Constituição, Redação e Justiça (CCJ), da Assembleia Legislativa, o presidente da União dos Militares de Goiás (Unimil) e vereador de Goiânia, Cabo Senna, revelou sua indignação com a derrubada de emendas ao projeto do Executivo que extingue 3ª classe da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Agentes Prisionais.
“As propostas só corrigiam erros no texto, porque os militares não podem esperar 11 ou 12 anos para serem promovidos na sua primeira graduação”, disse ao Jornal Opção. As emendas dos deputados Major Araújo e Delgado Eduardo Prado propunham a inclusão de policiais civis e agentes prisionais no cômputo do tempo já trabalhado no interstício para promoção, que contempla, no texto enviado por Caiado, apenas a PM e os Bombeiros.
Em campanha, o governador havia prometido a extinção da classe, criada pela administração do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) para suprir necessidade de contratações para as Polícias Militar e Civil, para o Corpo de Bombeiros Militar e para a Administração Penitenciária, no ano de 2016. Dessa maneira, os agentes incluídos nessas classes e graduações tiveram sua remuneração inicialmente fixada em R$ 1,5 mil.
Cumprindo a promessa de campanha, o governador enviou o projeto, que prevê que os quantitativos da graduação, bem como os respectivos ocupantes, ficam transferidos para a graduação de Soldado de 2ª Classe. O objetivo, segundo o texto, é “corrigir distorções”.
“Essas distorções resultaram da criação de classes iniciais nas bases dessas carreiras e consistem, em síntese, no aumento da dificuldade e do tempo para ascensão, por meio de promoção, nessas mesmas carreiras e, sobretudo, na fixação de padrões remuneratórios de montantes desproporcionalmente inferiores àqueles com que fixadas as remunerações das classes e graduações imediatamente superiores”, escreveu.
Apesar disso, os parlamentares observaram que a proposta não contabilizava o tempo de Academia dos policiais civis e agentes prisionais para progressão de carreira e, então, pediram a correção. As emendas, no entanto, foram suprimidas após pedido do líder do Governo, Bruno Peixoto (MDB), que chegou a dizer que se elas fossem mantidas, Caiado retiraria o texto da Casa, prejudicando as categorias.
“Em nome da Unimil, fico um pouco constrangido e indignado, foram colocadas duas emendas que organizam o projeto em relação ao tempo apenas, porque os militares não podem esperar 11 ou 12 anos para serem promovidos na sua primeira graduação”, protesta.
Cabo Senna ainda disse que as propostas iriam apenas facilitar a vida desses servidores. “Entendo a situação do Governo, em relação à realidade financeira do Estado, mas nós não podemos pagar a conta, não podemos sair prejudicados, faltou diálogo com as entidades classistas e, é claro, com os deputados representantes da Segurança Pública”, finalizou.