Estudos apontam que vacina da Pfizer funciona melhor com intervalo de oito semanas
21 outubro 2021 às 08h45

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Especialistas reforçam que proteção conferida pela vacina é maior quanto mais longo for o intervalo entre as doses

No Brasil, o intervalo preconizado entre a primeira e a segunda dose da vacina da Pfizer é de 12 semanas. Em São Paulo, o intervalo é de três semanas, 21 dias, desde a última terça-feira, 19. A mudança não vale para os adolescentes, que continuam com o intervalo de oito semanas entre as duas doses. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, diversos estudos científicos já demonstraram que a proteção conferida pela vacina é maior quanto mais longo for o intervalo entre as doses.
Um estudo publicado na última segunda-feira, 18, no formato pré-print – ainda sem avaliação por pares – apontou que o intervalo usado tradicionalmente pela farmacêutica —e estipulado no ensaio clínico— de 21 dias resultou em uma perda de até 99% dos anticorpos anti-Sars-CoV-2 em circulação no corpo oito meses após a segunda dose. Já um intervalo maior entre as doses pode reduzir essa queda, diminuindo a necessidade de uma dose de reforço.
Já em outro artigo recente publicado no periódico BMJ (British Medical Journal), o nível de anticorpos neutralizantes no sangue —capazes de bloquear a entrada do vírus no organismo— é cerca de 2,3 vezes maior se as duas doses são dadas em um intervalo de pelo menos 6 a 14 semanas em comparação a um intervalo de 3 a 4 semanas.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, estudo publicado na revista The Lancet feito pela própria farmacêutica indicou também uma queda da efetividade da vacina com seis meses. Os dados de mais de 3,4 milhões de pessoas que receberam as duas doses do imunizante nos Estados Unidos foram avaliados entre dezembro de 2020 e agosto de 2021.
A redução de 88% para 46% se deu para proteção contra infecção pelo coronavírus; a mesma análise mostrou que a efetividade para evitar internação e morte se manteve alta, em 90%.