Polícia do DF suspeita que ele tenha feito vítimas em várias partes do país. Jovem de 23 anos também é acusado de extorsão e lavagem de dinheiro

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), prendeu um estudante de psicologia de 23 anos, acusado dos crimes de extorsão, estupro virtual, armazenamento de conteúdo pornográfico de menores e lavagem de dinheiro.

Segundo a investigação, o homem se passava por uma mulher nas redes sociais para conquistar a amizade de mulheres e em determinado momento fazia a proposta de trocar imagens e fotos íntimas. De posse desse material, ele se revelava e passava a extorquir e exigir determinadas condutas sexuais das vítimas sob a ameaça de divulgar o material. Em alguns casos, ele exigia dinheiro.

A prisão ocorreu, na última terça-feira (5/9), na cidade de Parnamirim/RN, após cumprimento de mandado de busca e apreensão e de prisão temporária. Ele foi recambiado para o DF no dia 6 e o caso foi apresentado à imprensa nesta segunda-feira (11/9).

Apenas no Distrito Federal há o registro de cinco ocorrências de crimes praticados contra três mulheres e duas adolescentes. Segundo informações da polícia, contra uma delas, uma menor de 18 anos, já está configurado o estupro virtual.

O caso é o segundo registrado no Brasil como estupro virtual, após mudança no Artigo 213 do Código Penal. Pela lei, também configura estupro “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.

No computador do suspeito, os policiais localizaram cerca de 10 mil arquivos de vídeos e fotos. Segundo a delegacia, a investigação será aprofundada. “É necessário verificar a extensão da atividade criminosa gerida pelo autor, haja vista o farto material apreendido que indica a existência de inúmeras outras vítimas, inclusive de outras unidades da Federação”, informou a delegada-chefe da Deam, Sandra Melo, em entrevista coletiva.

De acordo com a delegada o jovem afirmou que praticava os delitos desde 2012. “Ele alega, ainda, que apagava, periodicamente, arquivos das vítimas para liberar espaço no computador. A última limpeza foi realizada em maio deste ano. Isso significa que temos muito mais vítimas do que está arquivado”, contou.

O acusado afirma ter obtido três depósitos de vítimas. Ele exigia de R$ 300 a R$ 1,5 mil para que as imagens não fossem divulgadas nas redes sociais e chegassem até amigos e familiares das vítimas.