Denunciada pelo Instituto Combustível Legal (ICL) e divulgada como uma empresa braço da facção PCC no setor de postos de gasolina, a formuladora Copape  vai recorrer a uma vara empresarial para tentar seguir operando.

No documento do Tribunal de Justiça de São Paulo, os supostos proprietários da Copape começam dando um tiro no tanque de combustível: reclamam de uma perseguição da Agência Nacional de Petróleo (ANP), justamente o maior órgão licenciador e fiscalizador para seu produto. A ANP, como notório, cassou a licença da Copape há semanas, mas muito bem embasada. O Ministério Público Federal denunciou a empresa por lavagem de dinheiro e a Justiça acaba de tornar réus alguns de seus donos. 

A Copape busca convencer o juízo de primeira instância a anular a decisão da ANP, um órgão federal, o que representaria um precedente incomum no sistema judicial.

A Copape contratou um dos maiores escritórios criminalistas do Brasil para recorrer a vara empresarial na qual vai protocolar o pedido de recuperação. A empresa declara que tem 56 empregados, mas que seriam 500 empregos indiretos. Que produz 95 milhões de litros de combustíveis/mês e que a paralisação das atividades causou um rombo já de R$ 830 milhões junto a fornecedores. Informa ainda que seus proprietários não têm condenação.

A Copape insiste na tese de que o juizado empresarial teria poder para reverter a decisão administrativa da ANP, um órgão federal, na tentativa de retomar de imediato suas atividades. A companhia também informa que sua rede própria é composta por 130 postos de combustíveis e outros 300 parceiros. A Secretaria de Segurança de São Paulo, que está atenta a tudo há mais de ano, vai seguir o mapa.

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