Rapper paulistano trouxe ao festival o show do disco Sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa, que também teve espaço para grandes sucessos

Emicida Vaca Amarela 2015 | Foto: Bruna Aidar/ Jornal Opção
Emicida elogiou a organização do festival: “Tá certo isso aqui, tem que lutar pela música no nosso país” | Foto: Bruna Aidar/ Jornal Opção

O Vaca Amarela começou nesta sexta-feira (4/9) já com doze bandas. O estilo predominante foi o indie rock, mas o maior público foi do rap, representado pelo paulistano Emicida. Foi trabalho dele fechar a primeira noite do festival.

Emicida levou aos palcos o show do recém-lançado Sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa. Com cenário elaborado, banda completa e coordenada, Emicida começou o show já de madrugada e mostrou porque é um dos maiores artistas da atualidade. No repertório, além das músicas do novo disco, grandes sucessos como Zica, vai lá, Nóiz, Triunfo e Dedo na Ferida.

O público cantava as músicas com empolgação e era perceptível a identificação dos presentes com as letras. Como ele mesmo diz, em Triunfo, sentindo quando aquele som ecoou. E ele não deixou de perceber a comoção: “Quando você sente essa rima, quando ela te toca, a música deixa de ser minha, ela é nossa”.

Sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa é resultado de uma viagem do rapper à África e traz influências claras do continente – tanto na musicalidade quanto nos personagens citados. O álbum foi liberado no início de agosto, o que não significa que já não tenha emplacado algumas canções. Ao ensinar o refrão de Casa, por exemplo, Emicida se surpreendeu: “Ah, mas vocês já tão sabendo tudo”. A música, muito bonita, traz um coro de crianças cantando um refrão que, em tempos de crises humanitárias e refugiados buscando socorro em outros países, parece perfeito: “O céu é meu pai, a terra mamãe, o mundo inteiro é tipo a minha casa”.

Também encantou o público a guitarrista Anna Tréa, que chamou a atenção com sua energia, voz e arranjos. Ela comandou o bis e mostrou entrosamento e carisma. A apresentação teve ainda espaço para as frutíferas parcerias de Emicida: ele tocou Passarinhos, feita com Vanessa da Mata; Levanta e Anda, com participação de Rael da Rima; e o sucesso Hoje Cedo, com a Pitty.

Já com dois CDs, EPs e Mixtapes, Emicida acumula tantas músicas que não cabem em uma apresentação só. O que não desagrada o público, que comparece em peso em todos os shows do cantor, presença garantida nos principais festivais da cena goiana. E grande entusiasta dela também. Já no fim do show, agradeceu o convite e parabenizou a organização do festival: “Tá certo isso aqui, tem que lutar pela música no nosso país. Porque olha, é difícil, principalmente a música do nosso tempo”. O público goiano concorda.

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