Em tom de pré-campanha e aclamação a projeto caiadista, União Brasil promove encontro nacional em Goiás

15 junho 2024 às 13h02

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Cerca de 6 mil pessoas se reuniram neste sábado, 15, no Encontro Nacional do União Brasil (UB), em Aparecida de Goiânia, evento que teve a presença de líderes municipais, estaduais e nacionais da sigla, entre eles o governador Ronaldo Caiado, presidente da legenda em Goiás, Antônio Rueda e ACM Neto, presidente e vice nacionais, respectivamente, e Sérgio Moro, senador pelo UB. Com falas inflamadas dos presentes e bandeiras e faixas aclamando Caiado como pré-candidato à presidência da República, o encontro teve tom de pré-campanha não só para 2024 – uma vez que foram lançadas 143 pré-candidaturas às prefeituras -, mas também na corrida ao Palácio do Planalto em 2026.
O evento aconteceu no Atlanta Music Hall, na BR-153, e fez com que as ruas paralelas e frontais ao edifício fossem tomadas por filas intermináveis de carros. Conforme o próprio Caiado, havia representantes de pelo menos 230 dos 246 municípios goianos. Prefeitos da Região Metropolitana apoiados pelo governador, como Vilmar Mariano, de Aparecida de Goiânia, e Marden Júnior, de Trindade, marcaram presença, acompanhandos de grandes caravanas vindas desses municípios.
O evento, inclusive, foi inundado por pessoas usando camisetas com os dizeres “Aparecida está com Caiado” ou o nome de outra cidade seguida da mensagem de apoio ao governador.
Vilmar Mariano, inclusive, foi um dos pré-candidatos que chamaram atenção pelo destaque recebido no evento. Nos bastidores, corria a informação de que o pré-candidato à reeleição em Aparecida ainda estava “em teste” pelo governo, para consolidar, de vez, o apoio da base a ele. Assim como Eerizania de Freitas, pré-candidata à Prefeitura de Anápolis que, desde que se consagrou como nome apoiado pelo governador, recebeu “mensagens” de que deveria trabalhar para se viabilizar. O destaque de hoje no encontro do UB sinaliza que os dois podem ser, de fato, o nome apoiado pelo governador em seus respectivos municípios.
Outro pré-candidato foi Sandro Mabel, que deve concorrer à Prefeitura de Goiânia apoiado por Caiado. No evento, o empresário disse que o Brasil e Goiânia “precisam de choque de gestão”. “E eu e o Caiado estamos preparados para isso”.
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Em coletiva de imprensa antes de subir no palanque montado na estrutura interna no Atlanta Music Hall, o governador goiano afirmou não ser “novidade para ninguém que, como foi colocado por Rueda, ACM Neto e Moro”, sua pré-candidatura a presidente da República em 2026 está confirmada.
“É um processo que, nós sabemos, que o Brasil hoje, mais do que nunca, clama por rumo, por ter tranquilidade, por resgatar a paz, por ter equilíbrio fiscal”, disse Caiado, aproveitando o momento para alfinetar o governo federal em relação ao arcabouço fiscal e à reforma tributária (projeto ao qual o governador se posicionou contra). “O governo que se preocupa em só querer arrecadar e gastar mais, não chega a bom caminho”.
Alianças
Questionado, Caiado admitiu que gostaria de contar com o apoio do ex-presidente Bolsonaro para seu projeto em 2026. Porém, ao ser abordado sobre o projeto paralelo do PL em Goiás, que pretende eleger grande quantidade de prefeitos e que deve ter candidato próprio ao governo estadual em 2026, o senador Wilder Morais – o que bateria de frente contra o projeto do governador, que deve lançar Daniel Vilela como seu sucessor -, Caiado respondeu que gostaria de uma composição, mas que seu partido “não atropela” os demais.

“Cada partido tem sua independência. Não tem ninguém que vai abafar, impedir a ação do outro. Agora, é o que o Sandro Mabel vai saber fazer: dialogar, conversar, compor. Se de tudo não produzir no primeiro turno, temos o segundo turno. A preocupação nossa, a partir de hoje, que é dado o pontapé inicial, é arregaçar as mangar pra nós fazermos os nosso candidatos, e nós estamos abertos à composição. Esse período todo, o Daniel Vilela esteve junto com o comitê do governo, trabalhando município a município para construir acordo”, disse.
Vale destacar que o governo ainda trabalha com a possibilidade de ter, na vice de Sandro Mabel, um nome indicado pelo PL. Lideranças da sigla bolsonarista negam que a legenda vá recuar de ter um candidato próprio – que, hoje, é Gustavo Gayer. No entanto, nos bastidores as conversas seguem acontecendo.
“Somos um partido que busca outros partidos, tanto é que onde ele se apresentar em melhores condições, é dada a ele a condição de disputar a prefeitura. Agora, neste momento, na capital, um momento delicado como esse, o União Brasil se sente responsável para que a cidade volte a ter tranquilidade e um gestão capaz de atender os mais de um milhão e 400 mil habitantes”, arrematou.
Lideranças nacionais
Vice-presidente nacional do UB, o ex-prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, disse que a tendência é que Caiado se torne “unanimidade”. “Caiado pela sua história, trajetória e pela liderança que tem dentro do partido, aos poucos vai se tornar uma unanimidade e desejo de toda a coletividade para esse projeto de 2026”. Já Sérgio Moro, que também teceu elogios ao governador, fez críticas ao governo federal na área da segurança pública (mote esse que deve ser usado por Caiado ao longo da pré-campanha e na campanha de 2026).
“As facções só vêm crescendo. As pessoas têm medo de sair na rua. Em Goiás, os indicadores de segurança pública melhoraram sensivelmente graças à gestão do governador que não tem apreço por criminoso, ao contrário do governo Lula. Recentemente, o Congresso aprovou um PL [projeto de lei] que vedava saidinha e o Lula vetou”, criticou o senador.
