Em sessão plenária, deputado Amauri Ribeiro chama vereadora Luciula do Recanto de ‘vitimista’
11 agosto 2021 às 19h18

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Presidente da Comissão de Ética da Alego afirma que há meses Amauri realiza ataques contra a vereadora pessedista e distorce fatos documentados

Mais um capítulo do caso em que o deputado Amauri Ribeiro (Patriota) está sendo investigado por ameaçar a vereadora Lucíula do Recanto (PSD) em tribuna se desenrolou na tarde desta quarta-feira, 11. Na ocasião, o parlamentar utilizou seu tempo de fala no pequeno expediente para apontar Lucíula como “vitimista”.
“Eu sou um defensor da propriedade privada, principalmente da minha casa, e volto a dizer aqui, se alguém invadir a minha casa e não tiver a legalidade para isso, vai ser recebido à bala. Eu estou vendo a vereadora aqui de Goiânia fazendo vitimismo, mas quero pedir para por um vídeo para que vocês saibam quem realmente é a vitima dessa situação”, afirmou, enquanto solicitou a equipe técnica do plenário para rodar o trecho de uma entrevista retirado da TV CMN, ocorrida nesta terça-feira, com a menor que se encontrava na casa em que os animais da criação de galos foram resgatados.
No vídeo, a jovem conta estar grávida de três meses e ter tido crises de ansiedade após o episódio. Durante a entrevista, a adolescente alega que quem mandou prendê-la foi a vereadora pessedista, após afirmar “pode prender”.
“Primeiramente a energia acabou, eu ouvi os galos batendo e um barulho de brita arrastando, porque lá tinha brita. Eu fiquei parada no sofá, quieta. Eles entraram. Um estava segurando uma arma, com o uniforme da AMMA, e o outro com roupa causal. Mandaram eu colocar o celular no sofá e ficar quieta. Eu fiquei quieta, eles entraram, olharam a casa, viram que só tinha eu lá, pediram meu telefone, para eu abrir ele, entraram no Facebook, Whatsapp e na minha galeria onde tinha fotos intimas e vídeos para o meu namorado. Abriram tudo. O policial gritou comigo e falou para eu calar minha boca, que eu estava sendo presa e que eu não tinha direito de falar nada”, relatou a jovem.
No entanto, após o ocorrido, em nota ao Jornal Opção, o deputado Gustavo Sebba (PSDB), presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), avaliou a situação ao comentar que, há meses, Amauri realiza ataques contra a vereadora pessedista e distorce fatos documentados por autoridades envolvidas no caso.
“Ele leva o público a acreditar que houve uma invasão de propriedade por parte da vereadora, o que é negado por todo os agentes públicos presentes e só encontra respaldo na versão dos abordados, entre os quais, um sujeito que já foi preso em flagrante três vezes por crimes contra animais. Ou seja, o deputado desacredita os relatos de uma vereadora e de agentes da Amma, da GCM e da Polícia Civil para proteger uma pessoa com amplo histórico de contravenções”, explicou.
O conselho de ética da casa irá avaliar se houve quebra de decoro parlamentar em relação a fala de Amauri Ribeiro em plenário quando, na última semana, ele afirmou em tribuna que a parlamentar “merecia um rito na cara” por “invadir” a casa de um cidadão.
“Eu fico ‘puto’ quando vejo uma vereadora invadindo a casa de um cidadão, igual essa vereadora de Goiânia aí, que se diz protetora de animais. Arrebenta um portão da casa de cidadão sem mandado, sem ordem judicial, porque ela não é polícia, nem com ordem ela podia, e invade uma casa. Pra mim, merecia um tiro na cara”, afirmou o deputado, na ocasião.
No discurso, o vereador se referiu a uma ação realizada no dia 19 de maio deste ano, em Goiânia, quando a vereadora, acompanhada da Guarda Civil Municipal, encontrou galos e cachorros em situação de mutilação.