Ministra foi convencida, por questão de segurança, de que não havia necessidade da visita

Ministra Cármen Lúcia em reunião com o governador de Goiás, Marconi Perillo | Foto: Fernando Leite

Depois de ter sido anunciada a visita da presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Cármen Lúcia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Gilberto Marques Filho, disse que por questão de segurança, convenceu Cármen Lúcia a cancelar a visita.

“Disse que eu estive lá pessoalmente, analisando a situação, e que não havia necessidade dela ir. É questão de segurança também. Não quero correr o risco da nossa presidente ter um aborrecimento qualquer. Eu próprio fui consciente do risco”, declarou o desembargador.

Já o governador de Goiás, Marconi Perillo disse, em entrevista coletiva, que a vistoria nunca tinha sido tratada entre ele e a presidente do CNJ.

“Na quinta-feira [3] eu telefonei pra ela e pedi duas coisas: uma reunião com os governadores e uma outra reunião em Brasília com a minha presença, do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, da Defensoria, da OAB e da Secretaria de Segurança Pública para tratar especificamente do caso de Goiás. Num gesto de extremo interesse e sensibilidade a própria ministra telefonou para o presidente do TJ e disse que ela viria para fazer a reunião aqui em Goiânia. Em nenhum momento ela falou de visitar presídio ou não visitar”, explicou.

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A visita da ministra a Goiânia foi anunciada em meio às rebeliões que aconteceram no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia que possibilitou a fuga de vários detentos, sendo que 88 ainda estão foragidos.

No dia 1º de janeiro três rebeliões irromperam em presídios de Goiás, deixando feridos em Rio Verde e Santa Helena. Em Aparecida de Goiânia, detentos incendiaram a Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no Complexo Prisional. O motim acabou com nove mortos (que abaram carbonizados) e 14 feridos.

Nos dias seguintes, várias tentativas de novas rebeliões foram controladas pelas forças policiais.