Em 3 dias, Desenrola Brasil renegocia R$ 51 milhões em dívidas com a Caixa
21 julho 2023 às 15h50
COMPARTILHAR
A Caixa Econômica Federal divulgou que, nos três primeiros dias do programa Desenrola Brasil, já foram renegociados mais de R$ 51 milhões em dívidas. O banco público prestou atendimento a mais de 22 mil clientes e fechou 10 mil contratos durante esse período. Contudo, ainda há possibilidade de ampliar o número de renegociações, considerando que a Caixa possui 13 milhões de clientes com débitos.
A presidente da Caixa, Rita Serrano, ressaltou que houve um significativo aumento no acesso à página do banco na internet, passando de 69 mil acessos diários para mais de 1 milhão de acessos “e a maioria procurando informações do desenrola”.
Segundo Rita Serrano, o banco aumentou o prazo máximo para o pagamento das prestações da renegociação de 96 para 120 meses, o equivalente a dez anos. “As pessoas terão duas opções. Elas podem fazer a quitação da dívida com 90% de desconto ou elas podem parcelar isso em 120 meses”, explicou. A presidente visitou uma agência da Caixa no Guará, região administrativa do Distrito Federal (DF).
“Estamos abrindo todas as agências do país uma hora mais cedo e inclusive temos um caminhão-agência em Santos [SP] em local estratégico para atender. Então há uma expectativa nossa de ter um público grande para renegociar dívida”, complementou.
A agência do DF visitada pela presidente da Caixa ainda estava vazia no início da manhã desta sexta-feira, 21. As pessoas endividadas, com as quais a Agência Brasil conversou, informaram que precisam conhecer melhor o programa antes entrar com o pedido de renegociação.
A trabalhadora doméstica Nalva Frazão Muniz comentou que a oportunidade é boa, mas que precisa estudar a proposta melhor. “Eu estou com nome sujo, também preciso limpar”, disse.
O programa
O Governo Federal desenvolveu um programa com o objetivo de facilitar a renegociação de dívidas para pessoas que se encontram com o nome negativado, visando reativar o consumo no país e impulsionar a economia. O economista Arthur Wittenberg, vinculado ao Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec), expressa a opinião de que esse programa traz oportunidades tanto para indivíduos quanto para empresas. Através da renegociação, os consumidores têm a possibilidade de recuperar acesso ao crédito, o que por sua vez estimula a produção de bens e serviços no Brasil.
“O aumento do consumo pode levar as empresas a expandirem sua produção para atender à demanda crescente e essa expansão dos negócios pode resultar em uma maior necessidade de mão de obra, contribuindo para a geração de empregos no país”, explicou.
Wittenberg ponderou, contudo, que há o risco de um novo superendividamento das famílias, o “que pode colocar essas pessoas de volta na mesma condição em que estão atualmente”. Sobre o prazo de 120 meses oferecido pela Caixa, o economista diz que grande parte dos endividados prefere alongar a dívida, mesmo pagando mais juros.
“Pense em alguém que ficou com o orçamento mais apertado em função de uma despesa inesperada ou que perdeu o emprego ou mesmo alguém que não consegue fechar as contas no curto prazo. Vai preferir isso [prazo mais longo]. Nesse caso, o risco para as pessoas é ir alongando muito e contratando outras dívidas. Em dez anos, podem ocorrer diversas alterações na renda das pessoas”, finalizou.
Leia também: