Há quem diga que houve renovação na Câmara Municipal de Goiânia, visto que um terço dos vereadores não se reelegeu. O “rosto” do legislativo goianiense, no entanto, continua o mesmo: homens, em sua maioria, de direita e centro-direita. Das 37 cadeiras da Câmara, apenas cinco foram ocupadas por mulheres nas eleições de 2024, que ocorreram neste domingo, 6.

As vereadoras eleitas foram: Aava Santiago (PSDB), Kátia Maria (PT), Léia Klebia (Podemos), Rose Cruvinel (UB) e Daniela da Gilka (PRTB). A baixa representatividade feminina no legislativo municipal reflete um desafio contínuo de equidade de gênero na política local, apesar de esforços para aumentar a participação feminina em cargos eletivos.

Em Goiás, dos 246 municípios, 27 mulheres foram eleitas para as prefeituras. Para as câmaras, nos três maiores colégios eleitorais, 5 foram eleitas em Goiânia, 5 em Anápolis e uma em Aparecida de Goiânia.

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, lamentou o fato de que nenhuma mulher foi eleita para prefeitura das capitais no primeiro turno das eleições municipais. “Fico triste em ver que, em uma sociedade onde mais de 52% do eleitorado e da população brasileira são compostos por mulheres, ainda somos tão poucas no cenário da participação política”, afirmou a ministra. Oito mulheres, no entanto, seguem na disputa pelas capitais que terão segundo turno.

Eleições 2020

Em 2020, foram eleitas 651 prefeitas (12,1%) no Brasil, contra 4.750 prefeitos (87,9%). Já para as câmaras municipais, foram 9.196 vereadoras eleitas (16%), contra 48.265 vereadores (84%). Há oito anos, 11,7% dos prefeitos eleitos eram mulheres.

Dos 246 municípios goianos, apenas 33 elegeram mulheres pra comandar o Executivo. Das 881 candidaturas a prefeito apenas 106 foram de mulheres. No tocante às candidaturas a vice-prefeito, dos 906 candidatos, 177 foram mulheres. Para vereador, dos 23.141 candidatos, apenas 8.827 foram candidaturas femininas.