A Polícia Federal (PF) questionou o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal, Alexandre Ramagem (PL), porque encontraram documentos suspeitos no seu e-mail. Em seu armazenamento em nuvem, haviam recomendações e relatos redigidos por Ramagem e direcionados ao ex-presidente Bolsonaro.

Entre os textos, a recomendação de atacar a credibilidade das urnas, eleições e relatos sobre as atividades dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ramagem e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.

A PF investiga Ramagem, que é suspeito de comandar um esquema ilegal de espionagem e perseguição de adversários políticos enquanto esteve à frente da Abin. Em seu depoimento, ele admite que escreveu textos “para comunicação de fatos de possível interesse” do então presidente, Jair Bolsonaro. Entretanto, ele alega não saber se as mensagens foram passadas para o chefe do executivo.

O que dizem os documentos?

Os textos, guardados em formato word, relatam toda a estratégia para reforçar e utilizar politicamente a suposta vulnerabilidade das urnas. Ele também sugere que a anulação de votos seria uma reação imprópria para a “fraude” alegada.

“Por tudo que tenho pesquisado, mantenho total certeza de que houve fraude nas eleições de 2018, com vitória do sr. (presidente Bolsonaro) no primeiro turno. Todavia, ocorrida na alteração de votos”, escreveu o então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

O argumento na anulação de votos não teria esse alcance todo. Entendo que argumento de anulação de votos não seja uma boa linha de ataque às urnas. Na realidade, a urna já se encontra em total descrédito perante a população. Deve-se enaltecer essa questão já consolidada subjetivamente (…) A prova da vulnerabilidade já foi feita em 2018, antes das eleições. Resta somente trazê-la novamente e constantemente

Alexandre Ramagem

Um outro documento escrito por Ramagem sugere que Bolsonaro se empenhe no enfrentamento “bélico” na estratégia das eleições.

Bom dia, presidente. O Sr. mais do que ninguém conhece o sistema e sabe que não houve apenas quebra de paradigma na sua eleição, mas ruptura com esquema dos poderes (…) nenhuma crise conseguiu enfraquecer sua base e não aparenta haver políticos à altura de vencê-lo em 2022. Portanto, parece que a batalha maior será agora, requerendo atitude belicosa com estratégia.

Alexandre Ramagem

Em seguida, ele instiga a possibilidade de um “golpe” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Jair Bolsonaro.

Há armadilhas sendo colocadas. O inquérito do Celso de Mello possui relação com o inquérito das fake News do Alexandre de Moraes com intuito de fundamentarem o golpe no TSE

Alexandre Ramagem

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