“Como as expressões de dor são banais diante de Olavo Bilac morto! Que palavra de amargura dirá realmente a brutalidade do golpe, traduzirá com fidelidade as proporções da perda, refletirá na força das suas sílabas o tumulto dos nossos corações em frente dos sagrados despojos? (…) Não morre com Olavo Bilac apenas a sua pessoa tão amada de quantos se lhe acercaram. Desce com ele ao túmulo um pouco de cada um de nós” — Oscar Lopes no jornal “O Paiz”.

Olavo Bilac foi um dos nossos grandes homens das letras. Cronista, colaborou em vários jornais. Poeta, se tornou uma das referências do parnasianismo no Brasil. Em 1907, a revista “Fon-Fon” o elegeu como “príncipe dos poetas”. Bilac foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras ocupando a cadeira de número 15, cujo patrono é o poeta Gonçalves Dias.

Na política, Olavo Bilac foi um fervoroso defensor do movimento republicano e do serviço militar obrigatório. Em algumas repartições do Exército, seu retrato ainda é estampado na parede.

Porém, tal qual muitos republicanos fervorosos, se desiludiu com os primeiros Presidentes da República. Bilac se opôs ao marechal de ferro Floriano Peixoto.

Ele é autor do “Hino à Bandeira”, escrito em 1906, com a música de Francisco Braga:

“Salve, lindo pendão da esperança,

Salve, símbolo augusto da paz!

Tua nobre presença à lembrança

A grandeza da Pátria nos traz.”

O “príncipe dos poetas” morreu em 28 de dezembro de 1918, no Rio de Janeiro. O jornal “O Paiz” dedicou boa parte da página 3 da edição seguinte à morte de Olavo Bilac em sua homenagem: “No desenvolvimento da poesia brasileira, o grande artista da palavra e do ritmo, cuja morte deixa em luto a inteligência nacional, ocupa um lugar especial, como o mais sincero e mais completo representante das influências europeias, que entraram na formação mental da nossa nacionalidade”.