Deputados estaduais que ajudaram na campanha de Sandro Mabel (UB) à prefeitura de Goiânia se dizem de fora da gestão. Os parlamentares cobram maior participação, ainda que apontem a irrelevância da indicação de cargos neste momento.

“Queremos ser ouvidos da mesma forma que fomos ouvidos durante a campanha. Não estamos falando de espaço, nem cargo”, disse um deputado aliado. Outro parlamentar argumenta que quer ajudar a gestão que “ajudou a construir”.

As cobranças se intensificaram após o Executivo municipal enviar a proposta para prorrogar o prazo de calamidade financeira à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Reticentes, os parlamentares enviaram o pedido para avaliação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que se posicionou contrário, argumentando que não havia indicação de calamidade nas contas do Paço.

O desgaste de aprovar uma proposta com um parecer técnico contrário afastou, por ora, os deputados da base de Mabel, que ameaçou pedir voto contra os deputados que se recusassem a aprovar a proposta. As negociações para aprovação da proposta se arrastam desde maio, quando o chefe do Executivo enviou o pedido de prorrogação. Os parlamentares remeteram o pedido para o Ministério Público de Contas (MPC) e ao TCM, que deram pareceres contrários.

Os parlamentares chegaram a cobrar maior articulação do prefeito junto aos deputados para explicar o cenário fiscal e financeiro da Prefeitura e para que a proposta fosse aprovada após o parecer do TCM. O secretário municipal de Finanças, Valdivino de Oliveira, participou de uma audiência pública esvaziada na Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia, mas o clima após a apresentação dos dados não mudou.

A atmosfera apenas começou a mudar quando, nesta semana, Mabel ligou para os parlamentares para pedir apoio à proposta. A proposta, que chegou a ser adiada para o próximo semestre, será colocada em votação nesta quinta-feira, 3, em sessão extraordinária.

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