Deputados aprovam por unanimidade impeachment contra Carlesse

10 março 2022 às 21h08

COMPARTILHAR
Votação em segundo turno será retomada nesta sexta-feira, 11

Os deputados decidiram por unanimidade nesta quinta-feira, 10, em sessão extraordinária, instalar o impeachment para apurar crimes de responsabilidade do governador Mauro Carlesse (União Brasil), que se encontra afastado do cargo desde o dia 20 de outubro, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A sessão seguiu o rito legal do processo de impeachment que deu entrada no plenário da Assembleia Legislativa em sete de dezembro de 2021.
O primeiro a fazer uso da palavra o relator do processo que analisou a admissibilidade do impeachment, deputado Júnior Geo, que mais uma apontou de forma clara os crimes que segundo ele, teriam sido cometidos pelo governador Mauro Carlesse. Uso da máquina pública para interesses particulares, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, envolvimento em ações criminosas na área da saúde, desvio de recursos do PlanSaúde e Igeprev e crimes contra a segurança pública. O deputado dispensou a leitura na integra do relatório como fez nas sessões da Comissão Especial, mas reiterou o teor das denúncias que pesam contra o governador.
O advogado Evandro Araújo de Melo Júnior, autor do pedido de impeachment também teve direito a manifestação no plenário. Ele lembrou os crimes atribuídos a Carlesse. Evandro também se defendeu da suspeita levantada pela defesa do governador afastado sobre sua proximidade com o Wanderlei Barbosa (sem partido). Evandro alegou que embora tenha sido procurador da Câmara Municipal de Palmas na gestão de Marilon Barbosa (DEM), irmão de Wanderlei, não tem qualquer parentesco com a família do governador em exercício.
Quem também teve direito de usar a palavra foi o advogado Juvenal Klayber, que integra a equipe que atua na defesa do governador. Klayber falou aos deputados que faltam provas que liguem Carlesse aos crimes alegados. Klayber disse que os deputados julgam o governador enquanto o caso está em apuração no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O advogado reclamou que a defesa não teve acesso aos autos do processo e que, de acordo com o relator da Comissão Especial de Impeachment, deputado Júnior Geo, foram encontrados apenas indícios contra Carlesse. O advogado ainda enfatizou que o patrimônio do governador afastado nunca foi escondido, constam das declarações da Justiça Eleitoral e da Receita Federal.
No pronunciamento o deputado Júnior Geo fez questão de ressaltar que a decisão desta quinta-feira, não condenou ninguém, mas decidiu pelo prosseguimento do processo de investigação. “Quem condena é o Tribunal Misto que ainda nem está formado”, esclareceu Geo. Ademais, disse o relator, “o STJ não afastou Carlesse por conjecturas”, finalizou.