O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) denunciou uma articulação entre o Centrão e setores do mercado financeiro para aprovar projeto que, segundo ele, representa o fim do descanso semanal para trabalhadores. A proposta, já foi aprovada na Câmara dos Deputados e é analisada no Senado, permite jornadas aos domingos e feriados sem necessidade de acordo coletivo.

“Há uma articulação do Centrão com a Faria Lima para impor pautas impopulares e sabotar o governo, de olho nas eleições de 2026. A proposta de escala 7×0 retira direitos para beneficiar o poder econômico em detrimento dos trabalhadores de todo o Brasil”, afirmou. As informações foram vinculadas ao portal ICL Notícias

O deputado considera o avanço do projeto simbólico, por ocorrer em meio ao debate público em torno da escala 6×1.

O parlamentar também criticou o baixo engajamento da sociedade no debate sobre a proposta atribuindo isso à influência do capital financeiro sobre a agenda pública. “O poder econômico da Faria Lima e das grandes corporações coopta o Centrão e direciona o debate para os interesses do 0,1% mais rico. Precisamos mobilizar a sociedade num contra-ataque efetivo que dispute a narrativa hegemônica. Já estamos trabalhando nesse sentido”, afirmou.

Senadores articulam a votação de três projetos que derrubam a Portaria MTE 3.665/2023, que garante folga aos trabalhadores aos domingos e feriados.

“Na prática, isso significa que milhões de pessoas poderão ser obrigadas a trabalhar sete dias por semana, sem nenhuma folga garantida”, disse Boulos.

Boulos acredita que a medida precariza o trabalho, retirando folgas remuneradas e dispensando a necessidade de negociação com sindicatos. “Num momento em que se discute o fim do trabalho aos finais de semana, o projeto em questão busca reduzir ainda mais o número de folgas, ao invés de ampliar”, afirmou. “Isso se dará acabando, por um lado, com o descanso remunerado e, por outro, tirando a necessidade de acordo com os sindicatos para que uma determinada categoria possa trabalhar aos domingos e feriados.”

“Mais do que isso: ela é simbólica da distância que existe entre o Congresso e o mundo real. Não é coincidência que tenha surgido justo no momento em que o país inteiro discute o fim da escala 6×1.”

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