Secretária fala sobre socorro federal, decisão do TJ e situação financeira do Estado

Titular da área econômica, Cristiane Schmidt está na linha de frente do principal desafio deste início de administração: ajustar as contas | Foto: Divulgação

A secretária estadual da Economia, Cristiane Schmidt, falou ao Jornal Opção sobre o novo socorro econômico pleiteado pelo Estado junto ao governo federal, sobre a decisão liminar do Tribunal de Justiça (TJ-GO) que determinou o pagamento dos salários de dezembro dos servidores públicos estaduais e da situação econômica de Goiás. “Não é uma questão de vontade, senão já estaríamos com tudo pago”, disse.

Sobre as medidas adotadas pelo governo estadual para garantir a viabilização da ajuda federal, a secretária explica que o estado está fazendo vários ajustes e que, no momento, os esforços são para viabilizar uma ajuda de curto prazo. “Já estamos contratando uma pessoa para avaliar a questão da previdência, fizemos cortes, os aluguéis de imóveis estão sendo avaliados. Nada é feito do dia para a noite, temos menos de dois meses de governo, mas esses ajustes já estão começando”, explicou Schmidt.

A secretária explicou que tem ido a Brasília constantemente para discutir como será a ajuda proposta pela equipe do ministro da Fazenda, Paulo Guedes e pelo secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Ela afirma que Goiás é um estado extremamente responsável e que já está buscando organizar as finanças, no entanto, a ajuda que está sendo desenhada deve contemplar outros estados, por isso o cuidado da equipe econômica federal.

“O pacote de socorro econômico precisa atender também a outros estados, talvez não tão responsáveis como Goiás, por isso essa nova ajuda está sendo desenhada com cuidado. Estamos participando dessas conversas e sabemos que essa ajuda só vai chegar se mostrarmos que estamos fazendo ajustes”, afirmou a secretária.

Para Cristiane, a polêmica em torno do pagamento do salário de dezembro não é uma questão de vontade, “senão já estaríamos com tudo pago”. Ela ressalta que o governador Ronaldo Caiado está enfrentando um custo político gigantesco em relação ao tema, mas que a pressão sofrida pela gestão estadual não é simples de ser resolvida.

“Estamos agindo de acordo com nossas possibilidades. Vou fechar caixa negativo em março para pagar o servidor, vamos deixar de realizar políticas públicas importantíssimas para pagar a folha de dezembro. E, caso a juíza do TJ-GO determine que o pagamento seja feito agora, isso terá que se feito com a folha do próprio funcionalismo porque não temos dinheiro, isso é fato”, pontuou a secretária.

Cristiane disse que o governador é muito transparente e responsável caso contrário ela não teria assumido a árdua missão de reequilibrar as finanças do Estado. “Ele é muito sério e estamos trabalhando muito para tirar Goiás da lama, mas a sociedade precisa dar as mãos. Pagaremos assim que possível, se tivéssemos dinheiro não iriamos esperar uma ordem para pagar. Qualquer decisão na esfera do direito influencia nas ações dos agentes econômicos, mas, infelizmente, não é uma canetada que vai resolver a situação econômica do Estado. A decisão do TJ é inócua, pois para pagar dezembro teremos que deixar de pagar o mês corrente”, defendeu.

A secretária também elogiou a atitude do governador em decretar estado de calamidade financeira e disse que a sociedade começou a entender que Goiás está enfrentando uma grande crise. “Foi uma decisão muito apropriada, pois é o que estamos enfrentando: uma calamidade. E isso resulta em um governo não efetivo para a sociedade. Mas estamos de mãos dadas com os goianos para tirar o Estado dessa situação”, finalizou.