Uma pesquisa recente do Datafolha revela que a gestão econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é aprovada por apenas 27% dos brasileiros, enquanto 34% a consideram regular e 34% a avaliam como ruim ou péssima.

A pesquisa foi realizada nos dias 12 e 13 de dezembro, pouco após o anúncio de um pacote de cortes de gastos, que recebeu críticas de economistas por ser considerado insuficiente para conter o crescimento da dívida pública.

Após o anúncio das medidas, a cotação do dólar ultrapassou R$ 6 pela primeira vez, e os juros futuros subiram, com a taxa para janeiro de 2027 já acima de 15%. Em resposta à inflação crescente, a taxa Selic foi elevada em um ponto percentual, atingindo 12,25%.

A pesquisa do Datafolha incluiu 2.002 entrevistas em 113 municípios, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais. A pesquisa também indica que 59% da população não teve conhecimento do pacote de cortes de gastos.

Apenas 41% disseram ter acompanhado o anúncio. Dentre aqueles que se declararam informados, 20% se sentiram mais ou menos informados, 16% bem informados e 5% mal informados.

Entre os que desconhecem as medidas, 39% avaliam a gestão de Haddad como regular e 28% como ruim ou péssima. Em contraste, 42% dos que conhecem as medidas consideram a gestão ruim ou péssima.

Entre os que se informaram sobre o pacote, 89% apoiam a fiscalização de acessos ao Bolsa Família e ao BPC (Benefício de Prestação Continuada) para prevenir fraudes. A fixação de uma idade mínima de 55 anos para a aposentadoria de militares também recebeu apoio, com 73% a favor.

No entanto, o reajuste do salário mínimo é um tema polêmico: 61% se opõem à limitação do aumento real, enquanto 36% apoiam essa proposta. A pesquisa aponta uma percepção predominante de que os recursos públicos não são bem aplicados.

Aproximadamente 45% acreditam que há dinheiro suficiente, mas que é mal utilizado, enquanto 35% afirmam que não há dinheiro suficiente e o que existe é mal aplicado.

Durante uma transmissão em cadeia nacional, Haddad anunciou propostas de reforma tributária, incluindo a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 e a criação de uma tributação mínima para rendimentos superiores a R$ 50 mil.

A proposta gerou controvérsias, com 53% da população afirmando ter conhecimento dela. A maioria (70%) apoia a isenção para rendimentos até R$ 5.000, enquanto 77% são favoráveis à tributação de rendimentos altos.

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