Datafolha: 63% dos brasileiros querem o impeachment de Dilma
11 abril 2015 às 17h07

COMPARTILHAR
Mais de 80% dos entrevistados acreditam que a petista sabia do esquema de corrupção na Petrobras

Um dia antes de novas manifestações tomarem as ruas do País, a Folha de S. Paulo divulga mais uma pesquisa Datafolha que evidencia a atual fragilidade do governo Dilma Rousseff (PT). Sehgundo o instituto, 63% dos entrevistados afirmam que, considerando tudo o que se sabe até agora a respeito da Operação Lava Jato, deveria ser aberto um processo de impeachment contra a presidente.
De acordo com o estudo, 57% culpam Dilma pelo escândalo na Petrobras, ao afirmarem que ela sabia da corrupção na estatal e deixou acontecer. Já outros 26% acreditam que ela sabia, sim, mas nada poderia fazer para impedir. Sendo assim, 83% afirmam que a presidente tinha consciência dos desvios na estatal.
No que diz respeito às manifestações, 75% dos entrevistados pelo Datafolha apoiam os protestos contra Dilma. Contudo, embora quase dois terços da população apoie a abertura do processo de impeachment, 64% não acreditam que afastamento da petista venha a ocorrer, de fato. Só 29% dos entrevistados afirmaram que a presidente seria afastada.
Desdobramento

A pesquisa aponta, ainda, que o desconhecimento acerca do que aconteceria depois de um impedimento é grande. No grupo dos que defendem a abertura do processo de cassação, só 37% sabem que quem assumiria o cargo de presidente seria o vice, Michel Temer (PMDB). Inclusive, quando perguntados pelo instituto o nome dele, metade desse subgrupo erra (18%).
A conclusão da Folha é que apenas 12% dos eleitores brasileiros que são a favor de um processo de impeachment contra Dilma, estão conscientes de que o vice assumiria o cargo e sabem quem é esse vice.
Outro destaque da pesquisa Datafolha é a percepção dos brasileiros a respeito dos problemas do País. Pela primeira vez, afirmam, o tema corrupção aparece empatado com saúde na liderança do ranking de maiores preocupações dos eleitores, 23% e 22%, respectivamente.
O instituto ouviu 2.834 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.