Daniel Vilela diz que Temer precisa acelerar recuperação ou “não vai se sustentar”
13 dezembro 2016 às 09h44

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Presidente do PMDB de Goiás avalia que, se não baixar os juros e incentivar o consumo, presidente perderá base no Congresso

Deputado federal e presidente do PMDB em Goiás, Daniel Vilela afirmou ao Jornal Opção na noite da última segunda-feira (12/12), que o governo federal precisa repensar as políticas fiscais para poder acelerar a recuperação da economia e retomar o crescimento do país.
Para ele, a queda na popularidade do presidente Michel Temer (PMDB) apontada na última pesquisa Datafolha é um sinal de que mudanças são mais que necessárias.
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“Para mim, a aprovação do governo é um componente importante na política e está umbilicalmente ligada à questão econômica. Por isso, se continuar do jeito que está, daqui a pouco a situação vai ficar insustentável, como à da ex-presidente Dilma [Rousseff]”, alertou.
Na avaliação do parlamentar goiano, para que haja efeitos imediatos na economia, é preciso que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza — já na próxima reunião — os juros para 10% e, logo em seguida, para 8%. “Não tem outra alternativa, é preciso gerar emprego, aumentar o consumo e aquecer o mercado”, defendeu.
O goiano lembra, ainda, que, após sete meses da saída da petista, a crise só aumentou, o desemprego também e a política continua em ebulição. “O presidente Michel precisa agir de forma imediata para evitar que a situação de instabilidade se aprofunde. Senão, repito, vai perder sustentação”, completou.
Questionado se o processo de impeachment protocolado pelo PSOL na última semana teria chances de avançar na Câmara Federal, Daniel Vilela diz que não: “Teria que ser via TSE [Tribunal Superior Eleitoral], mas o ‘x’ da questão é esse, em 2016, pode esquecer isso. Aí vem a pergunta: será que a sociedade brasileira vai aceitar a escolha do presidente pelo Congresso, que está com a imagem abalada?”
Pauta
O deputado federal explicou à reportagem que ainda não conheceu o teor completo do “mini-pacote” para aquecer a economia que será apresentado por Temer nesta semana. Contudo, revelou que um dos pontos será de um projeto de sua autoria: o PL que altera a Lei Geral de Telecomunicações (LGT).
Aprovada pelo Senado e aguardando sanção presidencial, a matéria já havia sido colocado na agenda de prioridades do governo federal no esforço de superar a crise econômica.
A base do PL é a mudança do regime de prestação do serviço de telefonia fixa de concessão para autorização e a destinação dos bens reversíveis hoje utilizados pelas operadoras. O objetivo é modernizar a LGT, colocando a banda larga no centro das políticas públicas, e estimular novos investimentos.
Estudo do Ministério do Planejamento apontou que a aprovação do projeto deve resultar em R$ 34,6 bilhões de investimentos do setor privado nos próximos anos. “Mas isso é algo a longo prazo, vai ajudar o país nos próximos anos, porque vai gerar competitividade”, explica Daniel Vilela.