Cruzada contra a Globo se tornou arma de Lula para mobilizar militantes na internet

23 abril 2014 às 15h08

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“Nós não temos a Rede Globo do nosso lado”, queixou-se Lula em campanha no interior para eleger o ex-ministro Alexandre Padilha a governador de São Paulo. “Aliás, temos contra”, corrigiu-se a respeito da TV. “Mas temos um instrumento que eles não têm: é a nossa capacidade de convencimento, aliado a algo maravilhoso que é a internet”, apelou à militância.
Porém, toda a imprensa está na mira eleitoral de Lula. “Não temos os meios de comunicação nos defendendo”, reclamou. “A gente só aparece no jornal com matéria negativa”, denunciou e apontou a solução aos petistas. “Mas temos um instrumento que eles não têm: é a rádio peão, é o boca-boca”, pregou a comunicação oral junto ao eleitor no interior de São Paulo.
Em certo momento, Lula investe contra os presidenciáveis do outro lado. “Eles não admitem mais um mandato do PT na presidência. Dizem que é demais. Dizem que esse Lula ficou oito anos e que essa Dilma quer ficar oito anos. Já estão dizendo que esse Lula vai ficar depois. Não vamos nos preocupar com isso. Vamos ficar lá enquanto vocês quiserem”, defendeu.
O problema dele é tornar Padilha conhecido no Estado. Por isso leva seu candidato em caravanas pelo interior, com um discurso que sempre enfatiza São Paulo, como aqui, quando compara o governador tucano Geraldo Alckmin ao PT:
— Está na hora do (sic) PT tirar desse (sic) Estado um tucano que tem voo muito baixo, e colocar uma estrela que tem um alcance mais alto.
Na ênfase paulista, Lula acusa os adversários de terrorismo. “Setores conservadores desse (sic) Estado agora estão com medo, porque o PT governa o Brasil com a Dilma, o PT governa a capital de São Paulo com o Haddad (Fernando). Então, estão pregando um certo terrorismo de que não se pode permitir que o PT governe o Estado também porque é muita cocada pro nosso povo.”