Cristina Kirchner “responsabiliza” o Brasil pela recessão argentina
08 agosto 2014 às 17h47
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Segundo ela, a crise não é isolada da Argentina e o baixo crescimento brasileiro é um dos motivos para os fracos resultados econômicos obtidos por dois trimestres seguidos
A presidente argentina Cristina Kirchner retirou de sua gestão a inteira responsabilidade pela recessão por qual passa o país. Segundo ela, a crise não é isolada da Argentina e o baixo crescimento brasileiro é um dos motivos para os fracos resultados econômicos obtidos por dois trimestres seguidos.
“O Brasil tem crescimento previsto de 1,3% em 2014, e é o nosso principal parceiro comercial”, disse em discurso. Ela emendou afirmando que o desempenho ruim da indústria automotiva brasileira tem efeitos negativos nas exportações de autopeças argentinas;
Sobre o bloqueio do pagamento de parcela do juro das dívidas do país, congelado por ordem do juiz Thomas Griesa, Cristina afirmou que o presidente americano Barack Obama poderia interceder em prol da Argentina, já que teria prerrogativa para intervir em decisões da Justiça americana.
O país sul-americano chegou a depositar o pagamento, que venceu no dia 30 de junho, mas foi congelado porque era direcionado apenas aos credores que renegociaram as dívidas. A Corte americana entendeu que o pagamento deveria ser feito também aos detentores de títulos que não sofreram atualização.
O ministro da Fazenda brasileiro Guido Mantega diz não classificar a situação argentina como um “calote”. “Eu não creio que a Argentina esteja em um ‘default’ [calote] porque ela esta pagando suas dívidas. Ela depositou a parcela dos credores. Algumas semanas atrás, ela pagou o Clube de Paris. É uma situação ‘sui generis’, excepcional”, afirmou.
Ele também afirmou acreditar que a situação no país vizinho não deve surtir efeito no Brasil. “Não tem um impacto direto porque nós estamos falando de um segmento de mercado muito pequeno. Afeta sim a questão de futuras restruturações de dívidas que venham a ser feitas no mundo”, declarou.