Em Brasília, nas rodas políticas, costuma se dizer que o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, deputado federal por Pernambuco, é “ministro sem pasta” do governo do presidente Lula da Silva, do PT.

Apesar das resistências internas, Luciano Bivar estaria tentando transformar o União Brasil no PC do B da direita — quer dizer, uma espécie de apêndice do PT, só que sem trafegar pela esquerda.

Ante a resistência cada vez maior ao seu nome, Luciano Bivar teria refluído e aceitado que Antônio Rueda, que conta com o apoio de ACM Neto e vários outros líderes, assumisse a presidência nacional do União Brasil.

Antônio Rueda e Luciano Bivar: ex-aliados e, agora, rivais | Foto: Reprodução

Porém, de acordo com reportagem de Bruno Góes, de “O Globo” (segunda-feira, 26) — “Bivar articula para se manter no comando do União Brasil e abre nova crise no partido” —, Luciano Bivar opera, neste momento, para impedir que Antônio Rueda assuma a presidência do União Brasil. “Não sabemos se Bivar articula por conta própria ou se sob orientação do presidente Lula”, afirma uma fonte. Teme-se que, com a mudança de comando, o partido se torne mais crítico e perca os três ministérios. “A rigor, os três ministros foram indicados pelo PLB, ou seja, Partido do Luciano Bivar, e não pelo União Brasil.”

“O deputado [Luciano Bivar] tenta retirar a candidatura de Antônio Rueda, nome que conseguiu reunir amplo apoio para a sucessão. A ideia é voltar a ser o nome favorito e continuar a dar as cartas”, relata “O Globo”.

De acordo com a reportagem, Luciano Bivar “passou a telefonar para cobrar fidelidade de ex-integrantes do PSL, partido que se fundiu com o DEM para formar o União”. Sem querer, o parlamentar escancarou um problema: o União Brasil não é um partido, e sim dois, porque, nos bastidores, sobrevivem, discordando um do outro, o PSL (que elegeu Jair Bolsonaro) e o DEM (de ACM Neto e Ronaldo Caiado).

Luciano Bivar estaria dizendo que, de 40, já tem 25 votos para se manter na presidência do União Brasil. Mas o número é contestado por seus adversários, vários deles oriundos do Democratas. Antônio Rueda não vai recuar, garantem seus aliados. ACM Neto está entre seus principais aliados.

O União Brasil planeja lançar candidato a presidente da República, em 2026, provavelmente o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que é ligado a ACM Neto.

Postula-se, entre os membros do partido, que, com Antônio Rueda, o União Brasil será um partido, e não um agregado do governo de Lula da Silva. “O União Brasil não pode ser visto como um ‘puxadinho’ ou um ‘anexo’ do governo Lula”, diz uma fonte.