Principais infecções imunopreveníveis matam apenas 30 crianças por ano no Brasil; a Covid-19 mata 1.148

Criança recebe aplicação de vacina | Foto: GettyImages

Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (Sim) do Ministério da Saúde, o número de crianças que morreram de Covid-19 no país supera o total de mortes por doenças preveníveis. Isso significa que, embora as crianças representem uma percentagem pequena do total de óbitos pela doença (0,18%), a Covid-19 tem vitimado mais do que doenças contra as quais a vacinação é obrigatória. 

Depois da Covid-19, as principais infecções imunopreveníveis em 2020 foram a tuberculose, sarampo, coqueluche, meningite por Haemophilus, hepatite B – todas essas doenças totalizaram 30 óbitos entre crianças. Desde o começo da pandemia, já foram 1.148 crianças mortas pelo coronavírus. 

A aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do imunizante da Pfizer para menores de 5 a 11 anos foi comemorada por especialistas e sociedades científicas médicas por poder derrubar o número de mortes em crianças. Entretanto, a decisão teve reações negativas de autoridades, como o presidente Jair Bolsonaro, que se enfureceu ao saber da aprovação e ainda prometeu, em live em suas redes sociais, divulgar os nomes dos diretores do órgão que aprovaram a uso da Pfizer para crianças. Em nota, a Anvisa repudiou a ameaça e reforçou que suas medidas se baseiam apenas em evidências científicas. 

Com a vacinação a partir de 12 anos avançando no Brasil, o número de mortes pela covid-19 caiu 94% em novembro, em relação ao pico de março. Segundo apuração do UOL, sociedades médicas acreditam que a queda no número de crianças mortas por Covid-19 irá cair da mesma forma caso as crianças sejam imunizadas eficientemente. 

Com o sucesso do Programa Nacional de Imunizações (PNI), as mortes por tétano e rubéola caíram de 50 em 1996 para zero em 2021. No total, o Brasil perdeu 280 bebês e crianças por doenças evitáveis em 1997; enquanto em 2021 foram apenas 30 mortes evitáveis.