Em seu lugar, secretária mandou superintendente de Vigilância Sanitária, que não tinha condições de responder os questionamentos dos vereadores

| Foto: Bruna Aidar/ Jornal Opção

Convidada da Comissão Especial de Inquérito (CEI) das Contas da Prefeitura, a CEI da Herança, a secretária Fátima Mrue não compareceu à oitiva com os vereadores e enviou, em seu lugar, o superintendente de Vigilância em Saúde, Robson Azevedo. Como justificativa, Fátima alegou que não poderia comparecer porque já tinha reunião agendada com o prefeito Iris Rezende (PMDB).

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A ausência da secretária foi alvo de protesto por alguns membros da comissão, que pretendiam questioná-la especialmente sobre a situação da pasta quando ela assumiu. Fátima foi convidada, segundo a presidente da CEI, Priscilla Tejota (PSD), porque poderia esclarecer dúvidas sobre folha de pagamento, contratos e outros assuntos relativos à secretaria.

O principal motivo do convite, segundo ela, eram justamente os contratos em que a secretária aplicou multa. “Queríamos saber porque ela fez isso, o que ela percebeu que não estava sendo feito de maneira correta”, pontuou. Fátima foi apenas convidada, e não convocada, porque não era secretária no período investigado pela CEI.

Por isso, os vereadores agradeceram Robson pela presença, mas não fizeram perguntas. Priscilla explicou que ele sequer teria condições de respondê-los, já que é superintendente de Vigilância em Saúde e eles queriam informações mais técnicas da pasta. “É uma pessoa competentíssima, porém ele não tinha muito como contribuir”, lamentou a vereadora.

O relator da comissão, Jorge Kajuru (PRP) fez questão de criticar a ausência da secretária, que classificou como “desrespeito total” à Câmara. “Ela mentiu. Mentiu! Estava convidada desde o dia 12 de junho; na semana passada apenas foi reforçado o convite. Mentiu que estava em agenda com o prefeito, mas eu mesmo liguei lá e ela estava na sala, trabalhando normalmente. Não foi porque não quis”, rebateu.

Oitiva do prefeito

Além disso, o parlamentar registrou em ata que, caso o prefeito Iris Rezende (PMDB), também não compareça à comissão na próxima quarta-feira (13), será por “medo” de ter que esclarecer os crimes cometidos durante sua última gestão,

“Foram três que eu já anunciei, na Saúde, na Educação e no IPSM [Instituto de Previdência dos Servidores Municipais] e mais um que só apresentarei no dia da oitiva. Registrei em ata que farei como fiz com Ronaldo Vieira, superintendente de Habitação, que foi convidado para para falar de regulamentação fundiária: se não vier, farei as perguntas para a cadeira. O tratarei como uma cadeira”, arrematou.

Histórico

A relação entre Fátima e os vereadores é tensa desde o início do ano, porque parlamentares a acusam de se recusar a recebê-los para audiências. Até mesmo o  líder do PMDB na Câmara Municipal de Goiânia, Clécio Alves, a acusou de ser desrespeitosa e disse que ela chegou a xingá-los de “imbecis” e “burros”. Ela nega as acusações.