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A chamada Abin Paralela, estrutura clandestina da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), espionou vários jornalistas brasileiros. A seguir, confira uma lista breve, pois é possível que o número de espionados seja muito maior.

Os jornalistas espionados são aqueles que, por motivo de trabalho, investigaram atos e examinaram discursos de Jair Bolsonaro quando presidente da República, entre 2019 e 2022.

Eis a lista dos jornalistas monitorados

1

Alice Maciel — Da Agência Pública

Alice Maciel: Agência Pública | Foto: Reprodução

Trata-se de um site crítico e independente. Apontada como “jornalista left” (de esquerda), foi investigada por que os abineiros-paralelistas queriam conectá-la com fontes do PT ou outras correntes de esquerda.

Reportagem de sua autoria mostrou que o secretário de Incentivo e Fomento à Cultura da gestão de Jair Bolsonaro planejava investir 1 bilhão de reais, por meio da Lei Rouanet, em conteúdos pró-armas.

Outra matéria expôs que recursos do orçamento secreto, do Ministério da Educação, foram repassadas a uma empresa do pai de aliado do deputado federal Arthur Lira, então presidente da Câmara dos Deputados.

2

José Vitor de Castro Imafuku — Sindicatos

Assessor da Central dos Sindicatos Brasileiros. Para o bolsonarismo, o jornalista certamente, por assessorar um sindicato, estaria a serviço da esquerda. Teria participado de um ato de “Fora Bolsonaro”.

3

Luíza Alves Bandeira — Atlantic Council

Luíza Bandeira: pesquisadora | Foto: Reprodução

Em julho de 2020, um estudo, sob sua coordenação, fez com que o Instagram e o Facebook retirassem perfis e páginas associados a um assessor do gabinete de Jair Bolsonaro, então presidente da República.

4

Mônica Bergamo — Folha de S. Paulo

Uma das mais lidas colunistas do país. Da “Folha de S. Paulo”. Repórter, autora de vários furos de reportagem.

5

Pedro Cesar Batista — Letras & Livros

Pedro César Batista: apresentador de programa sobre livros e escritor | Foto: Reprodução

Apresentador do Programa Letras & Livros, da TV Comunitária de Brasília. Não deixa de ser estranho que um jornalista que divulga livros tenha sido investigado pelo bolsonarismo. Ele teria participado de atos contra o governo de Jair Bolsonaro.

6

Reinaldo Azevedo — UOL e BandNews FM

Reinaldo Azevedo: um dos mais conhecidos comentaristas de política do país | Foto: Reprodução

Um dos mais polêmicos, posicionados e contundentes jornalistas do país. É visto pelo bolsonarismo como de “esquerda”. Mas suas ideias estão mais próximas do liberalismo. É um democrata.

7

Ricardo Noblat — Portal Metrópoles

Ricardo Noblat, do portal Metrópoles | Foto: Sergio Dutt/Veja

Um dos mais importantes colunistas da imprensa brasileira. Investigado provavelmente para se descobrir suas fontes. O jornalista foi monitorado em 23 de julho de 2020. Porque o profissional publicou texto informando sobre a substancial presença de militares no governo de Jair Bolsonaro.

Rebeca Scatrut, mulher do ex-colunista da “Veja”, também foi investigada.

8

Vera Magalhães — TV Cultura (“Roda Viva”) e “O Globo”

Vera Magalhães: jornalista espionada pela Abin Paralela | Foto: Reprodução/TV Cultura

Uma das mais importantes repórteres e analistas políticas do país. O bolsonarismo certamente andava à caça de suas fontes. É crítica e contundente. O que não equivale a sugerir que seja petista.