Mesmo com denúncias da população de falhas no serviço, o presidente afirma que não há nenhum problema com coletas de lixo na capital

Depois da crise do lixo e mesmo com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) afirmando que os trabalhos estão normalizados, a população continua a temer que as ruas de Goiânia sejam tomadas pelo lixo novamente. O órgão, entretanto, sustenta que isso não ocorrerá. O presidente Ormando José, em entrevista ao Jornal Opção Online, garantiu: até agosto, cerca de 90 caminhões compactadores estarão nas ruas prestando o serviço de coleta de lixo orgânico (o lixo comum), sendo que atualmente são 48. “Vamos melhorar o serviço aumentando o número de veículos”, afirma.

O Jornal Opção Online recebeu denúncias de grande quantidade de lixo no Setor Universitário, nas calçadas da Universidade Católica de Goiás, e no Setor São Judas Tadeu. Ormando explica que, quanto ao Setor Universitário, o lixo na região é recolhido durante a noite. “Por isso, às vezes, os moradores reclamam dizendo que as calçadas estão cheias de lixo, mas é porque as pessoas colocam os lixos durante o dia e a coleta é noturna, de segunda a sábado”, sustenta. Já sobre o Setor São Judas Tadeu, Ormando afirma que os serviços estão ocorrendo normalmente.

O presidente reitera que não há problemas constantes de coleta, entretanto, não descarta dificuldades operacionais. Ele afirma que se, por exemplo, se um caminhão quebrar e não houver um veículo de reserva no momento, vai ocasionar um atraso. “Mas isso não acontece em todo a região. Como a gente teve recentemente a crise do lixo, as pessoas estão temerosas.” A Comurg disponibilizou telefones (3524-8555 / 0800-646-0156) para reclamações quanto à coleta de lixo. De acordo com Ormando, as queixas geralmente são pontuais, e não em um bairro inteiro.

A Prefeitura de Goiânia adquiriu recentemente 23 caminhões oriundos de um convênio com o Estado. Segundo Ormando José, esses veículos começarão a rodar ainda esse mês. Atualmente, 48 caminhões prestam serviço de coleta (contando com os de reserva são 63 no total), e o presidente sustenta que a medida que os outros veículos forem sendo colocados nas ruas, esses 48 alugados serão dispensados. “Vamos trocar a frota”, explicou.

Além desses, Ormando garante que 40 caminhões adquiridos no início do ano passarão a rodar neste mês. Caminhões estes que tiveram problema ao serem instalados os compactadores de lixo, quando os veículos não suportaram o peso. Tanto os caminhões quanto os compactadores foram adquiridos separadamente, e segundo Ormando, o que atrasou a finalização da frota foi um imbróglio entre as empresas, quando a que ofereceu os caminhões afirmava que não havia problema nos veículos. Desde início de 2014 os caminhões estão parados aguardando as adaptações do chassi e suspensão.

Contrato de 12,3 milhões com dispensa de licitação

A Comurg assinou um contrato de aluguel de 27 caminhões compactadores, em caráter emergencial (com dispensa de licitação), da empresa MT Locadora, no valor de R$ 12,3 milhões por 36 meses. O contrato prevê que ao final os veículos sejam doados para a prefeitura de Goiânia. Questionado sobre o porquê da dispensa de licitação, o presidente Ormando José sustentou que esta foi uma recomendação do Ministério Público de Goiás (MPGO), e que há um caráter emergencial na questão. Ormando informou que assim que os veículos começarem a ser utilizados, a Comurg irá dispensar 27 caminhões que foram locados junto à empresa HL Locadora.

A última recomendação feita pelo MPGO foi em abril deste ano, realizada pelos promotores Maurício José Nardini e Fernando Krebs. Na época, os promotores orientaram que a administração municipal deveria, por dispensa de licitação, adquirir, alugar ou tomar emprestado caminhões coletores em quantidade suficiente para “sanar a situação caótica na coleta de lixo e resíduos sólidos em Goiânia”.

Aquisição de caminhões não resolve todo o problema

Além dos caminhões compactadores, a Comurg trabalha com outros veículos para realizar a coleta seletiva e a coleta de entulho. Estes serviços, entretanto, não estão normalizados devido a dívidas da prefeitura junto à empresa ITA. Ormando José afirma que ainda está havendo negociação (a prefeitura quer um parcelamento dos débitos), e que por enquanto os serviços estão sendo parcialmente atendidos. “Temos 16 caminhões de coleta seletiva e 15 de remoção de entulho.” O serviço, quando está normalizado, conta com 20 veículos para coleta seletiva. Quanto aos caminhões que realizam a remoção do entulho, Ormando não soube dizer ao certo a quantidade, dizendo que este é um trabalho realizado pelo gerador do lixo. “Fazemos esta coleta em área urbana além de de fiscalizar as pessoas que deixam entulho nas calçadas para fazermos a autuação”, explicou.