Ciclone Chido causa 14 mortes em arquipélago francês
15 dezembro 2024 às 19h00
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O ciclone Chido foi o mais intenso a atingir o arquipelago frances no Oceano Índico em cerca de 90 anos. Segundo o instituto meteorológico francês, o ciclone tropical registrou rajadas superiores a 220 km/h. De acordo com a mídia francesa, 14 mortes estão confirmadas após a tragédia deste domingo, 15.
Problemas de eletricidade e dano em aeroportos ainda agravam a atuação dos serviços de emergência. O prefeito de Mayotte, François-Xavier Bieuville, disse que o número de vítimas pode ser muito maior. “Acho que certamente serão várias centenas, talvez cheguemos a mil, até muitos milhares”, afirmou Bieuville ao canal de mídia local Mayotte La 1ere.
Cerca de 15 mil casas ficaram sem eletricidade, segundo as autoridades francesas, e chamadas telefônicas foram limitadas. Mais de 160 militares da segurança civil e bombeiros da França continental estão a caminho para reforçar os 110 que já estavam no arquipélago. Até quarta-feira, 800 pessoas serão enviadas a Mayotte para ajudar a população.
Muitos imigrantes, sem documentos, não buscaram abrigos oferecidos pela prefeitura por temerem ser detidos e deportados, disse Ousseni Balahachi, enfermeiro aposentado e representante sindical, à agência France Presse. Ventos de extrema violência atingiram o arquipélago e provocaram a queda de postes, árvores e telhados, em um território onde um terço da população vive em casas precárias.
Distante de Paris por aproximadamente 8.000 km, ou uma viagem de quatro dias por mar, Mayotte é significativamente mais pobre do que o restante da França. A região luta contra a violência de gangues e a agitação social por décadas. No início do ano, as tensões no arquipélago de 320 mil habitantes aumentaram pela escassez de água.
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