A queda de braço entre Câmara Municipal e Prefeitura de Goiânia é ininterrupta. Durante sessão plenária nesta terça-feira, 14, sete vereadores tiveram seus nomes indicados à titulares – ainda não de forma oficial – para a Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Comurg. De acordo com o presidente da Casa, Romário Policarpo, do Patriota, a oficialização acontece ainda essa semana. “Foram finalizadas questões das mudanças de blocos para a CEI. A expectativa é de que hoje vamos notificar os blocos. Eles terão 48 horas para responder e indicar seus membros para que a instalação possa ser feita essa semana”.

Questionado sobre a desarmonia entre os poderes, Policarpo é contundente.

“A pacificação comigo se dará quando a cidade voltar aos trilhos, quando a cidade voltar a fazer o básico, que é o que uma cidade deve executar. A conversa comigo não se dará de composição por espaços políticos. Eu não busco emprego para ninguém, eu não busco espaço político para ninguém. A cidade estando bem, a Prefeitura terá um acordo comigo; a cidade estando como ela está hoje, não tenho intenção nenhuma de diálogo com a Prefeitura”, endossa.

Romário Policarpo, presidente da Câmara Municipal de Goiânia

Interferência

A palavra “interferência” é unânime entre os vereadores da oposição quando o assunto é a relação com o Paço. Nos bastidores, parlamentares comentam que já sofreram “retaliação” em relação a emendas e cargos no executivo. O vereador Igor Franco, do Solidariedade, é líder do bloco Vanguarda e comenta a ‘debandada’ de alguns vereadores do bloco. “Eu vejo forte intervenção do Paço Municipal em cima dessa composição para poder indicar para a CEI”, explica. Na sequência, Franco questiona: “Por que está tendo forte pressão em cima dos vereadores, de bloquear emendas impositivas de vereadores? Por que essa intervenção veemente do Paço?”, aponta.

Líder do prefeito na Câmara, vereador Anselmo Pereira, do MDB, adota tom de equilíbrio e fala sobre a “ponte” que está sendo construída para harmonizar a relação dos poderes. “Arestas precisam ser estancadas, ou melhor, desaparecidas”, diz o parlamentar ao falar do rompimento entre os poderes.

Sobre a resistência da prefeitura em relação a CEI, Anselmo garante: “não vejo nenhuma dificuldade”. O parlamentar acredita na integridade da Comurg e confia que a investigação não deve encontrar irregularidades no órgão. “É preciso verificar quais são os gargalos que precisam ser rapidamente solucionados para que essa empresa de forma mais saudável posse atender aos anseios da sociedade”.

Blocos

Para compor a CEI os blocos partidários devem indicar titulares e suplentes, de acordo a proporcionalidade. Com isso, na semana passada segundo informações de bastidores, o secretário de governo da prefeitura, Jovair Arantes, do Republicanos, convidou vereadores para uma reunião, para conseguir diminuir as 29 assinaturas para instalar a investigação. A tentativa obteve êxito e conseguiu reduzir a composição dos blocos.

Pelo bloco Ordem, o nome de Paulo Henrique da Farmácia, do Agir, deve ocupar a titularidade da CEI, com possível indicação de Thialu Guiotti, do Avante.Pelo Independência, Pedro Azulão, do PSB; o Vanguarda indicou Welton Lemos, do Podemos; e o bloco Goiânia Transparente indicou Ronilson Reis, do PMB.

O MDB bateu o martelo nome de Izídio Alves, porém a indicação é questionada e vista como parcial, já que o vereador é servidor efetivo da Comurg. “A hora que o homem público for parcial ele tem que entregar o seu mandato” , explica o líder Anselmo. “Izídio é o titular e o suplente é o vereador Henrique Alves”, finaliza.