A ideologia antiambientalista do governo federal mostra-se cada vez mais custosa ao País, exposto ao mundo pela aceleração da destruição da floresta

Com a população à mercê de uma tempestade perfeita de crises (sanitária, econômica e política), tudo isso flertando com uma convulsão social, o Brasil pode arcar com mais uma das consequências da inconsequência de Jair Bolsonaro, seu antiministro Ricardo Salles e toda a turma que tratou meio ambiente como questão filosófica do mais puro olavismo.

É que dezenas de artistas do Brasil e dos Estados Unidos decidiram pressionar o presidente dos EUA, Joe Biden, a não fechar acordo algum com Bolsonaro antes que ocorra uma real redução no índice de desmatamento na Amazônia. E, pelo jeito, eles apostam alto que, com o atual mandatário brasileiro, a coisa não vai andar bem.

O instrumento da vez na luta pela floresta é a carta. E o destinatário é o governo estadunidense. Cinco dias atrás, foram políticos e representantes da sociedade civil que mandaram a missiva para o número 1 da América. Agora são celebridades das artes que exigem que não se negocie com Bolsonaro.

Entre os nomes do Hemisfério Norte que assinam a mensagem endereçada a Biden estão Leonardo DiCaprio – que, com essa, deve virar de vez o alvo principal dos terraplanistas do Planalto –, Joachin Phoenix, Alec Baldwin (todos atores) e os popstars da música Kate Perry e Roger Waters. Das bandas dos trópicos se ajuntam Sônia Braga, Wagner Moura, Fernando Meirelles, todos do mundo do cinema; e Caetano Veloso, Gilberto Gil e Marisa Monte, do mundo da música.

No Brasil ou bem longe daqui, a pressão sobre o antipresidente brasileiro só aumenta. Os focos parecem ser mais diversificados do que os que aparecem naquelas de queimadas que costumamos ver em setembro.