O jornalista se despede da emissora após 20 anos com acusações de assédio moral e sexual

Na última quinta-feira, 1, o jornalista e ex-chefe de reportagem da SporTV, Carlos Cereto, deixou a Rede Globo, após 20 anos de contrato. Cereto deixa a emissora com acusações de assédio moral e sexual que o acompanharam desde 2015. Uma testemunha disse que chegou a ver funcionárias chorando na redação. Segundo a mesma, o assédio moral acontecia com mais frequência com as mulheres, mas que alguns homens também sofriam do assédio.

Em maio de 2019, a Rede Globo foi condenada a pagar uma indenização a uma funcionária que teria sofrido assédio moral e sexual do jornalista Carlos Cereto, em 2013 e 2015. O processo contém e-mails, comunicações internas da emissora e relatos de testemunhas. Nesses relatos, nota-se um Cereto com um comportamento ríspido, desrespeitoso e grosseiro no ambiente de trabalho.

A autora da ação, também fala no processo do assédio sexual praticado por Cereto. Conforme diz o documento, “Carlos falava na frente de outros colegas ou por e-mail direcionado à depoente ‘que era incompetente, desqualificada, despreparada’, fazia ameaças de demissão; que assediava a depoente dizendo que a depoente estava uma delícia, beijava sua mão, e a fazia dar uma voltinha, fatos que constrangiam a depoente”.

A Justiça do Trabalho, que condenou a Globo, alega que “ser chamada de: despreparada, desqualificada, incompetente, ‘delícia’, fazê-la dar ‘voltinhas’ é uma afronta à dignidade do ser humano, e, ainda, da trabalhadora, demonstrando conduta preconceituosa e covarde, pois, em regra, a mulher trabalhadora se inserindo no mercado acaba se submetendo a situações vergonhosas que devem ser banidas do ambiente laboral, mas são toleradas na Recorrida”. Segundo a reportagem da Uol, denúncias das atitudes de Cereto teriam chegado mais de uma vez no Recurso Humanos (RH) da Globo.

Em nota, a emissora disse que a saída do jornalista foi “uma decisão de gestão” e sobre as acusações de assédio declarou que “a Globo não comenta assuntos da Ouvidoria, mas reafirma que todo relato de assédio, moral ou sexual, é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento”. Carlos Cereto negou todas as acusações.

*Informações retiradas da reportagem da Uol Esporte