Vídeo feito em ação do governo do Paraná mostra como cor da pele influencia no julgamento de profissionais de RH

Campanha mostra como pessoas negras são afetadas pelo racismo | Fotos: Reprodução / Facebook
Mostrar como o racismo institucional — aquele que é cometido quando, por conta de sua origem étnica, cor ou cultura, uma pessoa é tratada de forma diferente por instituições públicas ou privadas — é algo real. É esse o ponto de partida de uma campanha realizada pelo Governo do Paraná durante o Mês da Consciência Negra.
O vídeo que mostra o experimento que chama atenção para essa realidade foi lançado nas redes sociais na última quinta-feira (17/11) e neste domingo (20), Dia Nacional da Consciência Negra, já tem mais de 13 milhões de visualizações e 362 mil compartilhamentos apenas no Facebook.
O racismo institucional faz com que muitas pessoas sejam privadas de oportunidades profissionais, culturais e sociais todos os dias. De acordo com dados do Governo do Estado do Paraná, 82,6% dos negros afirma que a cor da pele influencia na vida profissional e a maior parte dos desempregados (60,6%) é de negros. Afrodescendentes ganham, em geral, 36% menos que os brancos.
Além disso, 70,8% dos negros apontam que a cor da pele interfere na vida acadêmica — apenas 11% fazem curso superior — e 71,4% afirmam que a cor influencia no convívio social. Estas são apenas algumas das consequências do racismo institucional apontadas na campanha que pede: “Chega de fingir que é normal. Racismo é crime. Se sofreu ou testemunhou algum ato de preconceito racial, ligue 100 e denuncie.”
Experimento
A ação convidou profissionais de RH para um teste de imagem e os dividiu em dois grupos. Foram apresentadas para cada um imagens de um homem correndo, um outro vestido de terno, uma mulher arrumando a casa, outra segurando uma roupa, entre outras. Entre as imagens dos grupos apenas uma diferença: enquanto um dos grupos via a imagem com pessoas brancas, o outro tinha fotografias com pessoas negras.
As poses e roupas nas fotos eram exatamente iguais. Vendo as fotos, os profissionais de RH tinham que falar o que achavam que aquela foto ilustrava. E aí veio a comprovação de que existe racismo institucional. A grande maioria das respostas do grupo 2 colocou os negros em posição social inferior à dos brancos.
Enquanto o homem branco atrasado corria porque estava atrasado, o negro fazia o mesmo porque era um ladrão. A mulher branca que estava com uma roupa na mão era uma designer de moda, ou escolhia roupa para comprar, enquanto a negra foi classificada como vendedora ou costureira.
Confira o vídeo:
Não há como negar que no Brasil existe preconceito. Basta uma pessoa negra caminhar num bairro considerado nobre, ou nas dependências de um bonito prédio, logo lhe é feita a pergunta: trabalha aqui? Se uma mulher negra, tem em sua companhia uma criança de pele clara, a maioria dos brancos já pergunta: você é babá, cuida da criança? Parece não raciocinar que nos dias de hoje, muitos negros estudam, melhoram de vida. O país é mestiço; a negra pode muito bem ser mãe de uma criança de pele alva, olhos claros, embora em suas veias carregue também o sangue negro. Inteligente e humana a campanha do governo paranaense e se tratando do SUL onde predomina a raça branca, melhor ainda.