Brian Epstein trabalhava na loja de discos e instrumentos musicais da família. Em 1961, um rapaz apareceu na loja perguntando se ali vendia o compacto “My Bonnie” de uma banda chamada Beatles. Brian não conhecia a banda e ficou curioso para saber quem era. O Cavern Club, pub onde os Beatles tocavam, ficava perto da loja e Brian foi lá ver quem eram esses meninos. Ao ve-los tocar, ele ficou impressionado e pediu para ser apresentado a banda. Brian se propôs a ser o empresário daquela que, em pouco tempo, seria a melhor banda do planeta.

A parceria com Brian Epstein foi fundamental para os Beatles criarem uma identidade. Ele deu um trato na aparêcia dos seus meninos e no seu comportamento no palco. As jaquetas de couro do tempo do Cavern daria lugar aos ternos e gravatas. Os cabelos cheios sim, mas no formato de cuia. Nada de beber, fumar e falar palavrões durante os shows. Ah, e nada de falar sobre política! Podemos dizer que Brian profissionalizou os Beatles.

Em 1962, ele agendou um teste na gravadora Decca. Os diretores ouviram as músicas, elogiaram a performance, mas não deu certo. Um dos diretores bateu nos ombros de Brian Epstein e disse que aquele negócio de rock’n roll estava com os dias contados. Ainda bem que Brian não ouviu isso e logo conseguiu uma audiência com a EMI. O produtor George Martin ouviu, gostou e aprovou a banda. Pronto! Martin cuidaria dos Beatles nos estúdios enquanto Brian lotava a agenda da banda com shows e turnês.

Os Beatles já eram sucesso na Europa, mas o objetivo de Brian era os Estados Unidos. Com uma campanha publicitária bem feita, os americanos ficaram curiosos para ouvir de perto aquele tal de “yeah-yeah-yeah”. Em 1964, os Beatles desembarcaram na terra do Tio Sam. Foi um estrondo. Até Ed Sullivan teve que se render aos garotos de Liverpool. A rotina dos Beatles era puxada. Nos próximos dois anos foi assim. Até que, em 1966, os Beatles já não aguentavam mais. O que faltava? Brian os levou até o Japão! A questão é que eles não se ouviam no palco por causa da gritaria. E o LSD já tinha aberto a mente para novas experiências.

Ainda em 1966 os Beatles pararam com os shows e as turnês. O que seria feito do Brian Epstein sem agendar shows, organizar turnês e preparar a divulgação da banda? A Beatlemania começava a ser coisa do passado. Durante as gravações do Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band, Brian apareceu no estúdio para vê-los, mas aquele ambiente não era o seu. Cada vez mais depressivo e cada dia mais usando drogas, Brian Epstein estava isolado. Enquanto os Beatles viajaram para a Índia conhecer mais sobre a música transcendental, ele foi encontrado morto em sua casa no dia 27 de agosto de 1967. Brian sofreu uma overdose.

Os Beatles voltaram imediatamente para a Inglaterra participar dos funerais. Era o fim do primeiro capítulo da história da banda. Sem Brian Epstein, os Beatles perderam aquele laço que os unia como banda. Com Brian Epstein, os Beatles se profissionalizaram, ganharam o topo do mundo e se tornaram conhecidos em todas as lojas de disco e instrumentos musicais.